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sábado, 31 de janeiro de 2009

ZOOLOGIA DA MULHER

"Design perfeito a mulher é o mais avançado dos animais: essa é a teoria do zoólogo que investigou como a evolução moldou, da cabeça aos pés, essa criatura fantásticaPor Marcos Nogueira

O inglês Desmond Morris trata as mulheres como animais. Isso não deve ser tomado por ofensa: ele é um zoólogo e estuda o primata Homo sapiens como mais uma espécie. A mais sofisticada das espécies, que fique claro - cujos indivíduos do sexo feminino são ainda superiores aos machos. Essa é a premissa de A Mulher Nua, livro mais recente do pesquisador. Nele, Morris examina o corpo feminino - literalmente da cabeça aos pés - para defender a tese de que a mulher é, em suas próprias palavras, "o mais extraordinário organismo existente no planeta".

O autor - famoso pelo best seller O Macaco Nu, em que fez uma análise zoológica do animal humano - atribui o sucesso de nossa espécie a um processo evolucionário chamado neotenia. Ou seja: a manutenção de características infantis na idade adulta. Diferentemente dos outros animais, não paramos de brincar quando crescemos. "Adultos, os homens dão nomes diferentes a essa brincadeira: chamam-na de arte ou pesquisa, música ou poesia", afirma Morris.

A neotenia se manifesta de formas diferentes no homem e na mulher. Enquanto ele é mais infantil no comportamento - conserva mais o elemento de risco da brincadeira -, ela incorpora mais características de criança ao corpo adulto. Assim, a fêmea seria anatomicamente mais evoluída que o macho.

A vantagem de um corpinho de criança é clara. A evolução programou o macho para defender a prole - e, no mundo primitivo, a mulher infantilizada também era protegida. Assim, ela preservou a voz aguda, o rosto imberbe, as formas curvilíneas. Mas a neotenia é só uma das artimanhas evolutivas que moldaram o corpo feminino: vire a página para explorar cada pedacinho da mulher nua.

CABELOS - Quanto mais finos os cabelos, mais femininos. Segundo Morris, a cabeleira delicada das mulheres é uma das reminiscências infantis que atraem os homens. Loiras têm os fios mais finos, seguidas pelas morenas e, por último, as ruivas. "Nesse sentido, as loiras são mais femininas", escreve o zoólogo, também responsável pelo negrito no verbo. Aí estaria a raiz da preferência masculina pelas platinadas - e do costume feminino de clarear os cabelos. A tintura não deixa os fios mais delgados, mas o efeito visual é o mesmo. E, no caso, parecer mais feminina já basta.

NARIZ - A infantilização do corpo também explica, segundo Morris, a ocorrência de narizes pequenos nas mulheres - posto que bebês têm apenas um botãozinho no meio da face. Mas ela não seria a única razão. De acordo com o autor, o nariz humano (o único protuberante entre os grandes primatas) funciona como um ar-condicionado que fornece umidade e retém o pó da atmosfera. Nos tempos primitivos, os machos caçadores precisavam de um "aparelho" mais potente - portanto maior - para ter fôlego em suas expedições na savana poeirenta. As fêmeas, que ficavam em casa, desenvolveram menos o nariz. É claro que as dimensões variam de acordo com a linhagem genética. No Ocidente, são raras as mulheres narigudas que estão confortáveis com esse atributo - isso explica a grande ocorrência de cirurgias de redução de nariz.

BOCHECHAS - A ausência de barba é um dos sinais mais visíveis da distinção de gênero entre humanos. Se a mulher nunca chega a ter um rosto peludo, é para manter a aparência de criança que precisa de proteção. "Simbolicamente, a bochecha é a parte mais suave de todo o corpo feminino", diz Desmond Morris. Segundo o autor, bochechas coradas remetem à idéia de virgindade. "A mulher que cora diante de um comentário de conotação sexual obviamente tem consciência de sua sexualidade, mas ainda preserva uma certa ignorância." Mulheres assim geralmente são jovens: eis por que a maquiagem facial muitas vezes carrega em tons rosados nas bochechas.

LÁBIOS - No reino animal, os lábios humanos são os únicos curvados para fora. "Se observarmos atentamente a boca de um chimpanzé ou de um gorila, logo veremos que a superfície macia e brilhante fica escondida", afirma Morris. Nossos beiços não são apenas infantis, são embrionários: eles têm a forma dos lábios de um feto de chimpanzé de 16 semanas. Essa característica se mostra bastante útil para sugar o leite dos seios também exclusivos da fêmea humana. Num homem adulto, os lábios se tornam um pouco mais esticados e finos; mas a mulher, até chegar à velhice, mantém lábios carnudos e macios, prontos para serem beijados. A conotação sexual da boca vem de outros lábios femininos, os lábios vaginais: a semelhança está na forma, na textura e na coloração. E todos os lábios da mulher agem em uníssono quando vem a excitação: ficam mais túrgidos, mais rubros e mais sensíveis. As mulheres não demoraram para perceber essa relação e usá-la em seu favor - o primeiro esboço de um batom vermelho surgiu já entre as prostitutas do antigo Egito.

PESCOÇO - O pescoço feminino é mais longo e delgado que o masculino - decorrência do tórax mais curto das mulheres e da compleição mais musculosa dos homens. De qualquer forma, pescoços esguios sempre foram interpretados como um sinal de feminilidade. Essa característica é levada a extremos em algumas sociedades tribais. As mulheres Padang, da Birmânia, esticam seus pescoços desde pequenas com aros de metal. São as chamadas mulheres-girafa, que na idade adulta chegam a ter 32 anéis, somando até 30 quilos, em pescoços que atingem inacreditáveis 40 cm de comprimento. Imagina-se que, se forem removidos os aros, um pescoço assim não conseguiria suportar o peso da cabeça. Até hoje, ninguém se arriscou a fazer isso.

MÃOS - Aqui se encontra uma das maiores diferenças anatômicas entre os sexos. Enquanto as mãos dos homens são fortes, as das mulheres ganham em flexibilidade. Isso se traduz em maior habilidade para manipular objetos pequenos. "As mãos masculinas, embora capazes de grande precisão se comparadas às mãos de polegares curtos de outras espécies, não podem competir com as mãos delicadas, ágeis e frágeis da fêmea humana", afirma Morris. Mais uma vez, a bifurcação evolutiva tem origem na antiga divisão de tarefas: enquanto os machos caçavam e lutavam com suas mãos musculosas, as fêmeas se dedicavam à coleta de alimentos e a trabalhos decorativos, tarefas que exigem habilidade dos dedos. Então, por que a maioria dos grandes pianistas são homens? Para Morris, a resposta é óbvia: o teclado do piano foi desenhado para mãos masculinas. "Num teclado ligeiramente menor, mais adequado ao tamanho da mão feminina, a flexibilidade dos dedos faria as mulheres pianistas suplantarem facilmente os homens." Resta saber por que os fabricantes de instrumentos musicais ainda não inventaram tal coisa.

SEIOS - Apesar de serem 2, os seios da mulher são únicos. Além de produzirem leite para a prole, despertam interesse erótico no homem. Isso não ocorre em nenhuma outra espécie - após o período da lactação, as tetas das fêmeas simplesmente desaparecem. Nas mulheres, não: as mamas até aumentam quando estão cheias de leite, mas continuam protuberantes mesmo quando não há nenhum bebê para alimentar. Na opinião de Morris, esses seios perenes são uma artimanha da evolução para estimular a procriação. Eles emulam os sinais sexuais emitidos pelas nádegas - algo oportuno para quem assumiu a postura ereta e é quase sempre vista de frente. "O par de falsas nádegas no peito permite continuar transmitindo o primitivo sinal sexual sem dar as costas ao interlocutor", diz o zoólogo. Não à toa, tanto os seios quanto as nádegas têm a forma de meia-esfera. Morris afirma ainda que essa função sexual dos seios pode ter prejudicado sua atribuição primária. "Os seios cresceram tanto em seu esforço para imitar as nádegas que ficou difícil para um bebê abocanhar um mamilo", diz.

CINTURA - A razão por que homens são atraídos por fêmeas de cintura fina é tão simples quanto cruel: depois do primeiro parto, essa parte do corpo se expande irremediavelmente. "Mesmo que ela consiga, com um regime alimentar rigoroso, recuperar o corpo esbelto que tinha antes da gravidez, a cintura nunca vai ser tão fina", afirma Morris. Segundo ele, depois de vários partos, a circunferência da cintura da mulher aumenta de 15 a 20 cm. Portanto, uma cintura de pilão dá ao homem a impressão de estar diante de uma fêmea que ainda não desempenhou sua função de reprodutora - o que, em tempos primitivos, significava quase o mesmo que uma mulher virgem.

QUADRIS - Quadris largos são uma das marcas mais características da silhueta feminina. O sinal biológico que eles transmitem, e que atrai os machos da espécie, é bastante claro: uma bacia ampla facilita a procriação. Mulheres de quadris grandes, então, são imediatamente relacionadas às noções de fecundidade e feminilidade.

PÊLOS PÚBICOS - Fora a cabeça e as axilas, a região genital é a única parte do corpo feminino a ter cabelo abundante. Em primeiro lugar, os pêlos púbicos são um sinal visual. "Numa época primitiva em que os humanos andavam nus, eles devem ter funcionado como um sinal de que a menina havia se tornado uma mulher adulta", afirma Desmond Morris. O nascimento desses pêlos coincide com o início da ovulação - quando a fêmea é biologicamente capaz de procriar. Segundo Morris, "para o macho pré-histórico, a ausência de pêlos púbicos nas meninas era um aviso de que elas ainda eram jovens demais". Esses cabelos têm também a função de atrair o homem pelo odor. Não faz muito sentido num ambiente em que as pessoas usam roupas e tomam banhos diários, mas o tufo de pêlos ajuda a reter os feromônios - substâncias que supostamente despertam a libido - secretados por glândulas da região genital. Há ainda outro motivo para a zona púbica ser cabeluda: os tufos atuam como amortecedor do atrito em atos sexuais, digamos, vigorosos.

GENITAIS - Comparada ao aparelho de nossos parentes mais próximos - os símios - a genitália da fêmea humana apresenta uma sensacional evolução: a capacidade de gerar prazer. Usemos como exemplo o coito entre 2 babuínos: o pênis entra e sai em média 6 vezes da vulva, numa performance que não costuma durar mais de 8 segundos. A macaca não tem tempo nem de pensar num orgasmo. Se a coisa é diferente na nossa espécie, isso não se deve apenas à extrema sensibilidade dos tecidos dos genitais femininos - algumas peculiaridades do pênis humano também ajudam. Macacos não conhecem o que chamamos de ereção: seus pênis são finos e sustentados por ossos. Já o aparato desossado dos homens fica pronto para o uso somente quando a excitação manda para lá um suprimento extra de sangue. Isso alonga o pênis, mas é o aumento do calibre que realmente faz a diferença. A pressão do pênis nas paredes internas da vagina provoca sensações de prazer e, à medida que a excitação cresce, crescem também os lábios vaginais e a sensibilidade de todo o aparelho genital. O clímax de tudo isso é o orgasmo. Bonito, não?

BUNDA - Dentre todos os animais, os humanos são os únicos dotados de bunda. Isso porque também somos os únicos mamíferos a andar sobre 2 patas o tempo todo - os fortes músculos glúteos são essenciais para que possamos adotar essa postura. Em especial nas mulheres, as nádegas exercem também um forte apelo sexual. A bunda feminina difere da masculina em 3 pontos essenciais: é maior, mais empinada e rebola. Não é preciso dizer o quanto essas qualidades agradam ao homem. Não se sabe ao certo por que, mas Morris levanta uma hipótese: como nossos ancestrais andavam de 4 e sempre copulavam por trás, os sinais sexuais eram naturalmente emitidos pelo traseiro da fêmea. Quando assumimos a postura ereta e desenvolvemos os músculos glúteos, as formas arredondadas das nádegas substituíram esses sinais primitivos. "As mulheres com grandes traseiros enviavam fortes sinais sexuais, e com isso as nádegas iam crescendo", diz o autor. Segundo ele, as mulheres passaram a ter superbundas, gigantes a ponto de atrapalhar a cópula - o que teria propiciado o nascimento do coito frontal e o surgimento dos seios como sinal sexual alternativo na frente do corpo feminino.

PERNAS - A atração dos homens por pernas femininas é tão grande que existem revistas especializadas em atender à demanda por esse tipo de fetiche. A principal razão disso é geométrica: ao olhar segmentos de pernas, um homem não consegue evitar imaginar o vértice, o ponto em que elas se encontram. "É quase como se, no recesso na mente do homem, o par de pernas funcionasse como uma flecha que indicasse a 'terra prometida'", afirma Desmond Morris. Pernas longas são particularmente queridas pelo imaginário masculino por serem um sinal de maturidade sexual: nas mulheres adultas os membros inferiores são, em comparação ao tronco, mais compridos que os das crianças.

PÉS - Como não precisavam percorrer grandes distâncias atrás de caça na pré-história, as mulheres acabaram dotadas de pés menores que os dos homens - mesmo em relação ao seu próprio corpo. Assim, pés pequenos passaram a ser vistos como símbolos de feminilidade. Esse é o motivo de mulheres de comportamento masculinizado serem chamadas de "sapatão" e é também uma fonte de constrangimento para meninas que nascem com pés grandes. Para terem pés considerados femininos, as mulheres têm desde sempre se submetido a torturas. A mutilação de garotas chinesas, que tinham seus pés enfaixados na infância para que parassem de crescer, é só um extremo. Os sapatos estreitos e de salto alto - a elevação do calcanhar faz o pé parecer mais curto - estão aí para provar.

PARA SABER MAIS A Mulher Nua - Um Estudo do Corpo Feminino, Desmond Morris, Globo, 2005 Publicado na Edição 215 - 07/2005 da SUPERINTERESSANTE

Do Velho ao Novo

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2008

Reflectindo a Crise

Oriunda do latim, o termo crise tem a mesma equivalência da palavra vento. Indica, assim, um estágio de alternância, no qual uma vez transcorrido diferencia-se do que costumava ser. Não existe possibilidade de retorno aos antigos padrões.Reflectindo a CriseUma profunda CRISE está instalada em Portugal e no Mundo ocidentalizado. Esta crise global que afecta o Homem e a sua Natureza revelou o valor das “coisas” no planeta Bolsa, onde se brincou com a falácia da probabilidade, atribuindo valias fantasiosas a “não-coisas” controladas pelo vento da ganância. Acordamos agora para a realidade. Um despertar forçado após anos de luta desigual, negociando em valores desumanizados, entregando à “ambição financeira” as rédeas do crescimento das sociedades e da evolução da Pólis. Diz-se que os Gregos inventaram as cidades depois de se aperceberem que os humanos desenvolvem qualidades muito louváveis vivendo em comunidades pacíficas. Assim nasceram as Belas Artes, a Matemática, a Filosofia, a Política, o Teatro, a Literatura e até a Ciência. Mas a Política tomou conta de tudo e decretou-se o crescimento económico de entidades privadas como solução dos problemas da comunidade e a gestão por objectivos como seu paradigma. Evoluímos para um sistema mediacrático em que o poder é entregue a quem melhor saiba vender a sua imagem e onde a obra pública é oportunidade de negócio antes de ser benefício real para a comunidade. Um sistema em que os nossas necessidades mais básicas são aproveitadas para discutir um “bom negócio” em que a venda/compra de bens/serviços irá beneficiar “alguém” que não o Estado e seus contribuintes. A pequena corrupção já serve de desculpa para a eficiência ou falta dela. Vale tudo para atingir objectivos porque é assim que se faz nas grandes empresas multi-nacionais e os portugueses têm de ser geridos como empregados de José Sócrates e Companhia, Lda.O modelo escolhido não é original, foi o mesmo que o antigo presidente da Reserva Federal norte-americana, Alan Greenspan. Aquele que reconheceu recentemente, numa audição no Congresso, que falhou na regulação do sistema financeiro. "Cometi um erro ao confiar que o livre mercado pode regular-se a si próprio sem a supervisão da administração", desculpa-se o homem que esteve 18 anos ao comando do dollar americano. O que fazer? Mandamo-lo gozar a sua indemnização milionária para casa e proibimo-lo de jogar Monopólio com os amigos? E aos seus seguidores que ainda estragam isto tudo? Pontapé no traseiro?Seremos todos empregados de uma administração democraticamente eleita que confia mais na iniciativa privada que nas suas próprias estruturas; fomos entregues aos bichos, aos “vampiros” de Zeca Afonso que para comer tudo mentem descaradamente, incutindo a falsa ideia que o bolo ainda chega para todos. Vendedores e consumidores. As ambições dos Portugueses resumem-se a isto. Vendemo-nos como escravos ou idiólatras do Capital, consumindo como modo de vida e determinados a consumir tanto quanto o primo abastado. É o objectivo! Casalinho a trabalhar num callcenter de gestão privada, subcontratação que o Estado chama emprego, ligados à máquina que regista a sua produção e eminente despedimento. Casalinho com quatro empréstimos ao Banco, filhos e cães para sustentar, dois carros para os levar ao emprego. Chega a Crise, é o vento que a transporta sabe-se lá de onde. O casalinho perde o trabalho por causa de uma conta mal feita no Planeta Bolsa. Quem os salva? Na Bolsa os bolsos estão todos vazios.A crise dos valores bolsistas é, também e principalmente, uma crise de valores humanos. De certa forma, a sociedade de consumo exige que sejamos consumidores insaciáveis. A ambição infantil de desejar “todos os brinquedos da loja” tornou-se paradigma da actividade social e motor da supostamente messiânica economia de mercado. Tornámo-nos gestores de objectivos vagos. Objectivo: Diploma e Emprego. Objectivo: Casar e representar uma novela da normalidade. Objectivo: Comprar casa para mais tarde comprar outra maior. Objectivo: Ser promovido e mudar de carro. De objectivo em objectivo sem cuidar das faculdades maiores do ser humano: Sabedoria, Bondade, Sensibilidade e Criatividade.É sintomático que a Filosofia tenha sido atirada para a sarjeta do Ministério da Educação. Não interessa o que sabemos, mas o que conseguimos; a bondade é fraqueza e não coragem; a sensibilidade é desprezada e a criatividade sobrevive castrada de autonomia. O que provoca a crise é a revelação do erro. Como escravos na Caverna de Platão que vêem, pela primeira vez, além do que lhes foi permitido até à data. Avistam todo o Mundo de uma vez e entram em depressão nervosa. Mais tarde os escravos exploram e preocupam-se com aquilo que está no espaço mais próximo. Como fizeram os primeiros humanóides nas planícies africanas. É automático e, em tempos de crise, o instinto animal reclama o seu lugar no córtex pré-frontal. Uma das razões que me leva a escrever sobre os engenheiros vendilhões do templo e não sobre a corrupção e liberdades do povo chinês. A crise, em Portugal, é de valores porque o consumo passou a ter um valor real e os princípios morais desvalorizaram. As horas que passamos longe da família e do nosso habitat natural, trabalhando com o mitológico suor no rosto e goelas apertadas pelo nó britânico da seda Versace, cumprindo tarefas que não representam nada de verdadeiramente importante para o próprio ou sua comunidade. Vidas que não são lição para nenhum filho, nem honra a virtuoso antepassado. É apenas um objectivo atrás de outro, sem dar espaço para viver tudo o resto. O resultado desse trabalho é gasto em bens consumíveis ou voláteis; e por eles se negligencia os filhos e a tranquilidade familiar, prejudica a saúde mental e física, compromete a honestidade interior e exterior. Pouco a pouco, o Tuga se foi transformando em ovelha ordeira e produtiva, peça imprescindível para que a máquina cresça e perdure no tempo, dilatando o fosso e disparidade retributiva entre os muito pobres e os disparatadamente ricos; dado crescente em Portugal já com 20 por cento da população em estado deplorável e a maior diferença entre ordenados mínimos e máximos. O Poder achou que podia aproveitar os piores instintos humanos para fazer uma sociedade livre onde todos se poderiam tornar capitalistas. O mercado deveria regular-se sem interferência e valorizávamos apenas o sabor do vento, apostando sempre e apenas na brisa mais forte. Bolas, não é isso que se quer de um Estado. Ao vento o que é do vento, como fantasias, promessas e castelos no ar. O Estado serve para produzir e fornecer aos seus patrões (eleitores) uma vida onde se possam realizar como indivíduos inteiros e de valor. Assim como os heróis de antigamente, sempre honestos e elegantes. Acredito que existem vários valores para além dos afectados crescimento económico. Haja liberdade, igualdade, fraternidade… Saúde, Educação, Justiça; como mudar isto sem políticos com experiência prática e académica nestas áreas. Acredita-se que os melhores sábios destas disciplinas respeitam valores que os impedem de entrar na Política — “A Grande Porca”, nas palavras do mestre Bordalo. Andam por aí, pelas tascas insultando Voltaire que “para cuidar do jardim” matou D. Quixote e casou com Sancho Pança.Em Portugal, salvo rara excepção, são os bons vendedores se tornam ministros, secretários de Estado, administradores, gestores e assessores-de-porra-nenhuma, vulgo aspones. Sabem parecer confiantes quando apresentam gato por lebre e mentir com um falso esgar de preocupação na cara; são agressivos, enérgicos, autoritários e sorridentes. É o modelo do ser Humano bem sucedido, numa Era em que é necessário ter valores fictícios no bolso para dedicarmo-nos ao incomparável e gratuito sistema de valores intelectuais, emocionais e até espirituais.

André Barreiroshttp://andrebarreiros.bloguepessoal.com

Palavras de Osho

Osho, em "Osho de A a Z - Um Dicionário Espiritual do Aqui e do Agora"

Adormecida em um trem
Posted: 30 Jan 2009 04:50 PM PST

Há alguns dias li uma frase de Jean Paul Sartre. Ele diz que a vida é como uma criança que adormeceu em um trem e é acordada pelo cobrador que deseja checar a passagem, mas a criança não tem passagem e não tem dinheiro para pagá-la.

A criança também não está sabendo para onde está indo, qual é o seu destino e por que ela está no trem. E, por último, mas não menos importante, a criança não pode descobrir, porque em primeiro lugar nunca decidiu estar no trem. Por que ela está lá?

Essa situação está se tornando cada vez mais comum para a mente moderna, porque de algum modo estamos desenraizados e está faltando o sentido. Você simplesmente pergunta: "Por quê? Para onde estou indo?

"Você não sabe para onde está indo e não sabe o motivo de estar no trem. Você não tem passagem e não tem dinheiro para pagá-la e, ainda assim, não pode sair do trem. Tudo parece ser caótico, enlouquecedor.

Isso acontece porque as raízes no amor foram perdidas. As pessoas estão vivendo vidas sem amor, seguindo em frente de qualquer jeito. O que fazer?

Sei que todos um dia se sentem como uma criança em um trem. Mesmo assim, a vida não será um fracasso, porque nesse enorme trem há milhões de pessoas profundamente adormecidas, mas sempre há alguém que está desperto.

A criança pode procurar e encontrar alguém que não esteja dormindo e roncando, alguém que entrou conscientemente no trem, alguém que sabe para onde o trem está indo. Estando nas proximidades dessa pessoa, a criança também aprenderá os meios para ficar mais consciente.

Osho, em "Osho Todos os Dias - 365 Meditações Diárias"

Análisis Político/Social

Articulistas / Opinião
Dirceu Benincá*


Frei Betto fala de ecologia interior e sociopolítica

Dentro das atividades programadas para o terceiro dia (29) do Fórum Social Mundial, em Belém – PA, Frei Betto falou da ecologia interior e diversas questões da ecologia sociopolítica que se constituem em problemas na atualidade. A seguir, apresentamos alguns dos principais tópicos abordados por ele.
Ecologia interior
Com base em seu mais recente livro "O amor fecunda o universo – ecologia e espiritualidade", onde procura reler toda a tradição bíblica sobre a questão ecológica, Frei Betto disse que o corpo humano é uma miniatura de Gaia, o planeta em que vivemos. Nosso respirar é um beijo na boca da natureza, a qual nos dá o oxigênio e recebe o nosso gás carbônico. Chamou a atenção para a geografia do nosso corpo, formado – como a geografia do planeta – por rios, vales, montes, fontes e cavernas.
Adão e Eva são duas palavras hebraicas que significam respectivamente terra e vida. Com isso, a Bíblia quer dizer que a vida humana veio da terra. O universo emergiu há 14 bilhões de anos. Nós emergimos da criação divina e somos constituídos dos mesmos elementos de tudo o que existe no universo. A vida humana apareceu há cerca de oito milhões de anos. Somos um ser natural. Não existe o ser humano de um lado e a natureza de outro. Desse modo, não podemos separar o que jamais existiu separado.
Adiante, Frei Betto afirmou: "Sou um católico que todo dia rezo para que Deus me dê a graça de me converter a ser cristão e que, sendo cristão, eu seja humano. Conheço muitos católicos que não são cristãos e muitos cristãos que não são humanos. Na verdade, não existem valores cristãos ou evangélicos. Existem valores humanos que as tradições religiosas realçam para que criemos juízo. Amar, ter compaixão, ser solidário com o pobre, isso é humano. Não é cristão, budista, judaico ou islâmico".
Todos nós temos duas falhas. A primeira é que fomos feitos com "prazo de validade". A segunda é que temos defeito de fabricação, ao que a Bíblia chama de pecado original. Por isso precisamos uns dos outros para tentar ser cada vez mais humanos. Ser humano é lutar pela plenitude da vida de todos e todas e defender a vida de todo planeta.
Sempre aprendemos que Deus fez com a humanidade duas alianças: uma ética, no Antigo Testamento, com Moisés; e uma amorosa, no Novo Testamento, com Jesus. Falta resgatarmos uma terceira aliança, aquela que Deus fez no Gênesis, a ecológica. Assim, como Jesus disse que todo ser humano é sagrado, todo o planeta é sagrado. Engana-se quem acha que pode fazer preservação ambiental sem fazer luta de libertação dos pobres ou vice-versa. As duas coisas estão sempre unidas.
Ecologia física e social
A água é um bem escasso. De toda água do planeta, só 3% é potável. Desses 3%, 26% estão na Amazônia. O solo amazônico tem pouca profundidade e muitos minérios, como o de Carajás. Se o nível de desmatamento continuar, o futuro da Amazônia será o presente do deserto do Saara. Significa dizer que não vai produzir mais chuva para o Sul e o Norte das Américas.
Entre 1990 e 2006, o cultivo de soja na Amazônia cresceu 18%. Soja não dá sombra, nem água e nem abriga a biodiversidade existente aqui. Em 10 hectares tem mais de 10 mil espécies de vida vegetal e animal. É o milagre da vida sendo destruída pelas grandes empresas. De 1990 a 2006, o rebanho bovino cresceu 11%. Por ano, a Amazônia perde cerca de 20 mil Km² de florestas, o correspondente ao tamanho do Estado de Sergipe. Se o ritmo atual de desmatamento continuar, em 2030 a Amazônia terá perdido em florestas o correspondente a 22 Bélgicas. É um verdadeiro ecocídio.
A cada dia circulam na Amazônia 3.500 caminhões com madeira ilegal. As madeireiras pagam pelo metro cúbico R$ 25, madeira que é vendida na Europa ao valor equivalente a R$ 3.200. O Brasil é o segundo maior exportador mundial de madeira, sendo a maior parte de maneira ilegal.
Nos últimos 37 anos houve, na Amazônia, o desmatamento de 70 milhões de hectares. 70 mil hectares foram ocupados com a criação de gado. Os maiores produtores de carne do Brasil estão nos municípios onde há mais desmatamento. São eles: São Félix do Xingu, Conceição do Araguaia, Marabá, Redenção, Cumaru do Norte, Ourilândia e Palestina do Pará. 62% dos casos de trabalho escravo, no Brasil, ocorrem nestas fazendas.
O Brasil foi a última nação das três Américas a decretar a abolição oficial da escravatura. Somos uma nação miscigenada, o segundo país com maior população negra do mundo. Só a Nigéria tem mais população negra que o Brasil. A escravidão hoje é sofisticada. Funciona na base da promessa de trabalho fácil.
O homem e a mulher são "bichos ferozes". É difícil domesticá-los. Eles matam, mentem, destroem a natureza e não se preocupam com as gerações futuras. Nascemos naturalmente capitalistas e crescemos na escola do capitalismo cada vez mais egoístas.
Somos o único bicho que come fora de hora. Todos os demais comem somente quando têm fome. Nós nos empanturramos porque fomos condicionados a ter hora para comer e não fome para comer. Depois nos queixamos que estamos gordos e com doenças.
Ecologia política
Estamos vivendo um momento único na América Latina, que é a emergência de governos democrático-populares. Há uma coisa nova acontecendo que eu chamo de terceiro período, afirmou Frei Betto. Da história recente da América do Sul, o primeiro período foi o mais trágico. Foi o período da ditadura militar, marcado por muita tortura, assassinatos e desaparecimentos.
Depois veio o ciclo neoliberal. Nossos países foram "redemocratizados" com a presença daquelas figuras "impolutas", "imaculadas", "éticas", como foi o caso de Collor no Brasil, Menem na Argentina, Pérez na Venezuela e Pinochet no Chile. Nunca houve tanta corrupção!
Agora estamos no terceiro período, chamado democrático popular. Há muitas dificuldades, falhas e contradições. Por outro lado se verifica um grande avanço, considerando que todos esses governos que vieram das classes populares não fazem parte das elites tradicionais e, de alguma forma, procuram atender o direito dos pobres. Alguns têm coragem de fazer reformas de estrutura e implementar políticas emancipatórias. Outros, com mais medo dessas reformas, fazem reformas compensatórias.
Para que os governantes possam fazer reformas mais profundas dependem da pressão dos movimentos sociais populares. Frei Betto concluiu dizendo que é muito importante voltar ao trabalho de base e ao fortalecimento dos movimentos populares pelo método de Paulo Freire.
* Dirceu Benincá – Revista Missões
(31.01.2009)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O MACACO NU - desmond morris - INTRODUÇÃO

Existem atualmente cento e noventa e tres espécies de macacos e símios. Cento e noventa e duas delas tem o corpo coberto de pelos. A única exceção é um símio pelado que a sí próprio se cognominou Homo sapiens. Esta insólita e próspera especie passa grande parte do tempo a examinar as suas mais elevadas motivações, enquanto se aplica diligentemente a ignorar as motivações fundamentais. O bicho-homem orgulha-se de possuir o maior cérebro dentre todos os primatas, mas tenta esconder que tem igualmente o maior penis, preferindo atribuir erradamente tal honra ao poderoso gorila. Trata-se de um símio com enormes qualidades vocais, agudo sentido de exploração e grande tendencia a procriar, é já e mais do que tempo de examinarmos o seu comportamento basico. (continúa)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Por Favor: ajudem a proteger a Flora e a Fauna a Natureza agradece...


O pessoal neste verão 2008/09 enlouqueceu estão colocando fogo em tudo que encontram pela frente, incendios criminosos nas redondezas da cidade de Santana do Livramento... os bombeiros trabalhando muito, será o fim dos tempos...? Então tá! Educação Ambiental para esse povo JÁ!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sem Terra

Um "agricultor" assentado do Cerro da Liberdade matou a dois outros assentados um de 38 anos e outro de 46 a tiros de revolver 44, um atingido no pescoço e outro no peito, no depoimento a polícia disse q a arma era herança de seu pai, já existia rixa entre eles, em um armazem do assentamento os falecidos estavam jogando sinuca quando o homocida entrou e os homens vieram contra ele, um empunhando uma faca e o outro um taco.
O Adva alega legítima defesa, os mesmos são do norte do RS.
... o matador foi se reciclar e profissionalizar na Universidade da Secretaria da Segurança localizada no bairro Vila Real, em Santana do Livramento, RS- Brazil. É o Novo Oeste surgindo por aqui... de leve segue o baile...


"Não existem fatos, apenas interpretações". Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo alemão 1844-1900

Avião II

A imoralidade dos mecanicos e materialistas políticos contemporaneos. Nem t apresenta YEDA CRUSIUS; grandes chefes do descalabro público/privado, queime dinheiro do seu bolso CARA governadora da Repúbliqueta de São Pedro.

Ass. Anarquista Guarany

OVNI

Não pude ver em que as luzes vermelhas estavam presas, a uns 300 mts. de altura, não emitia sons, silenciosa e muito rapida.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Homem das Cavernas

Peles e pêlo



No início da civilização o homem vestia peles por mera necessidade. Matava animais para comer e aproveitava as suas peles para a confecção de vestuário como forma de protecção do frio.Este é um hábito ainda mantido em comunidades de regiões frias que não dispõem de alternativas.

No entanto, analisando a actualidade, o problema ético que se coloca ao homem prende-se com o facto de encontrarmos em centros urbanos, supostamente mais evoluídos, como Paris, Milão, Londres, São Paulo, Lisboa, entre outros, a apresentação de uma indústria de confecção de pele verdadeira, para vestuário, que ultrapassa em muito o conceito de necessidade.

" O erro da ética até ao momento, tem sido a crença de que só se deve aplicá-la em relação aos homens."
Dr. Albert Schweitzer

sábado, 17 de janeiro de 2009

... sociedade madrasta...

... os terroristas: hamas, hezbola, ariel sharon, republicanos, bush pai, bush filho da p... erdão da bárbara, toni blair, piratas dos setes mares, matadores de gente inocente, sem culpa de seus sofrimentos, se escudam em instituições e religiões para semear o medo, o vandalismo e assim a desestabilidade moral da Humanidade. Me pergunto para mim mesmo se tem tanto ódio por que não a descarrgam contra os fortes e poderosos e assim mostram a que viéram, mais assim com essa conduta covarde, miseravel e vil contra civis que não podem esboçar reação só pode ser interpetado como covardes insanos com o poder de convocação para só fazer o mal e a destruição... deliquentes de meia tigela saem a público ameaçar o povo... mais trabalhar para ele? pois sim... até outra... segue o baile... de leve...


"EL terrorista tiene educación funesta, se cria viendo infamias, sugestonándose por lecturas que le fanatizan, hasta que percibe el testamento de su padre, que precipita su mente por caminos de indignación y de venganza. Y va rodando por la cuesta, adquiriendo contornos de avalancha, que arrasa, al pasar, los sentimientos de solidaridad social, y engendra un anarquismo que no es piedad por el humilde sino rencor contra el poderoso, que no es lamentación sino alarido, percursor de un apocalíptico derrumbamiento." Jose Ingenieros, La Psicología En El Arte.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Temos que trabalhar para isso...

Daisaku Ikeda
"A grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Animal Amigo




Seja Vegetariano

"Por Favor, ajudem a parar com esta loucura" Richard Gere

"Quando me tornei vegetariano, poupei dois seres, o outro e eu." Prof. Hermógenes


Frases Famosas

Deveríamos ser capazes de recusar-nos a viver se o preço da vida é a tortura de seres sensíveis. Mahatma Gandhi

Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos.
Mahatma Gandhi

Que horror é meter entranhas em entranhas, engordar um corpo com outro corpo, viver da morte de seres vivos.
Pythagoras

Enquanto o homem continuar a ser o destruidor dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor. Pythagoras

Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem. Leonardo da Vinci

Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se alimentassem de alimentos puros, sem derrame de sangue. Os dourados grãos que nascem para todos dariam para alimentar e dar fartura ao mundo.
Buda

Quanto mais o homem simplifica a sua alimentação e se afasta do regime carnívoro, mais sábia é a sua mente.
George Bernard Shaw

Eu não tenho dúvidas de que é parte do destino da raça humana, na sua evolução gradual, parar de comer animais.
Henry David Thoreau

É somente pelo amaciamento e disfarce da carne morta através do preparo culinário, que ela é tornada susceptível de mastigação ou digestão e que a visão de seus sucos sangrentos e horror puro não criam um desgosto e abominação intoleráveis.
Percy Bysshe Shelley

Quando me tornei vegetariano, poupei dois seres, o outro e eu.
Prof° Hermógenes

Se quisermos nos libertar do sofrimento, não devemos viver do sofrimento e do assassínio infligidos aos animais.
Dr. Paul Carton

Se o homem aspira sinceramente a viver uma vida real, sua primeira decisão deve ser abster-se de comer carne e não matar nenhum animal para comer.
Leon Tolstoy

O comer carne é a sobrevivência da maior brutalidade; a mudança para o vegetarianismo é a primeira conseqüência natural da iluminação.
Leon Tolstoy

Respeitem os animais. Eles sentem e sofrem como nós. Não os maltratem, não os torturem, não os prendam, não os matem.
Anônimo

Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão. As crueldades que os animais sofrem pelas mãos dos homens estão além de nossa compreensão. Por favor, ajudem a parar com esta loucura.
Richard Gere

Oh, tirem minha cabeça, mas rogo que parem a matança!
Sadhu Vaswani

Não haverá justiça enquanto o homem empunhar uma faca ou uma arma e destruir aqueles que são mais fracos que ele.
Isaac Bashevis Singer

Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que não estamos contribuindo para o sofrimento deles.
Paul e Linda McCartney

Se você pudesse ver ou sentir o sofrimento, você certamente não pensaria duas vezes. Devolva a vida. Não coma carne.
Kim Basinger

O que não concebo é degolar um cabrito, asfixiar uma pomba, cortar a nuca de uma galinha ou dar punhaladas em um porco para que eu coma seus restos. Não é por uma questão de química biológica o motivo de eu me ter passado para as fileiras do ovo-lacto-vegetarianismo, mas pelo imperativo moral de que minha vida não seja mantida às custas da vida de outros seres.
Dr. Eduardo Alfonso, médico naturista espanhol

Que luta pela existência ou que terrível loucura vos levou a sujar vossas mãos com sangue - vós, repito, que sois nutridos por todas as benesses e confortos da vida? Por que ultrajais a face da boa terra, como se ela não fosse capaz de vos nutrir e satisfazer?
Plutarco

Os vapores das comidas com carne obscurecem o espírito. Dificilmente pode-se ter virtude se se desfruta de comidas e festas em que haja carne. No paraíso terreno não havia vinho, nem sacrifício de animais e tampouco se comia carne.
São Basílio

Não destruas por causa da comida as obras de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.
Romanos, 14: 20, 21

Como rei, esforcei-me para impedir o dano a criaturas vivas e renunciei a ter grande número de caçadores e pescadores e às caçadas a que se entregam outros governantes.
Rei Asoka

Os vegetais constituem alimentação suficiente para o estômago e, no entanto, recheamo-lo de vidas valiosas. Sêneca A estrutura do homem, externa e interna, comparada com a de outros animais, mostra-nos que as frutas e os vegetais suculentos constituem sua alimentação natural.
Lineu

Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O homem precisa de um novo tipo de relação com a natureza, uma relação que seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal.
Pierre Weil

Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as chances de sobrevivência da vida na terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana. A ordem de vida vegetariana, por seus efeitos físicos, influenciará o temperamento dos homens de uma tal maneira que melhorará em muito o destino da humanidade.
Albert Einstein

Não importa se os animais são incapazes ou não de pensar. O que importa é que são capazes de sofrer.
Jeremy Bentham

A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.
Arthur Schopenhauer

Os animais dividem conosco o privilégio de ter uma alma.
Pythagoras

Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida. São Francisco de Assis

Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (...) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.
Charles Darwin

A não-violência leva-nos aos mais altos conceitos de ética, o objetivo de toda evolução. Até pararmos de prejudicar todos os outros seres do planeta, nós continuaremos selvagens.
Thomas Edison

Para mim, não amar os pássaros e todos os animais seria não amar a Deus. Pois seus filhos são pássaros e animais tanto quanto os seres humanos.
Sadhu Vaswani

Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens.
Alice Walker

Minha doutrina é esta: se nós vemos coisas erradas ou crueldades, as quais temos o poder de evitar e nada fazemos, nós somos coniventes.
Anna Sewell

http://www.sejavegetariano.com.br
"Clique e conheça o vegetarianismo."
Seja Vegetariano · o conteúdo deste site pode ser reproduzido se citadas as fontes

A Propósito...

"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais."

Direito Animal: SEJA A VOZ DOS QUE NÃO PODEM FALAR!!!!!!!!!!!

C A S T R A Ç Ã O
A única maneira de diminuir o número de animais abandonado nas ruas é através da CASTRAÇÃO. Somente ela pode reduzir a procriação indiscriminada de cães e gatos em nosso município.

Os animais e o tratamento que Ihes damos são muito importantes! Faça com que os animais sejam importantes também para o Governo. Faça saber ao nosso Governo que os animais são importantes para você e para o nosso país.

Não à exploração animal!!!!!!!!!!!

Síntese do filme "O Segredo"

"Aquele que não ve Deus no proximo não precisa mais procurar." Mahatma Gandhi

Assunto: Unicidade (não se trata de ser igual)

SOMOS TODOS UM

Quase toda humanidade feriu-se gravemente...

Trilhe o caminho de Deus, não o do homem.

Quem realmente se importa com o mundo fica muito deprimido, porque tem muita coisa para se deprimir.

Se não estarmos estupefatos consigo mesmo, ainda não somos humanos.

O medo impede que as pessoas vivam todo o seu potencial.

PAZ

"A raiz da guerra é o medo"

Somos espelhos uns dos outros.

Pensamentos geram palavras, palavras geram ações.

O sentido da vida é viver.

Deus esteve aqui.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Hierarquia do bixo homem

História

Postado por: Marcel Benedeti em: Leis e Animais


Na história da Humanidade algumas categorias e seres humanos eram tidos como inferiores (mulheres, crianças, escravos, etc). Existindo seres humanos classificados em categorias, inferiores aos seres humanos machos, ricos e escravocratas, os demais eram considerados descartáveis. Assim se alguns humanos eram considerados descartáveis, os animais eram tidos como meros objetos.Tomas de Aquino (séc 13) dizia que animais não possuem alma imortal como a do ser humano. Assim, apesar de os animais terem uma alma, por pertencerem a seres inferiores e suas almas também serem almas inferiores, nada havia de mal em fazer deles o que quisermos.
Renee Descartes (matemático e filósofo que viveu no séc 17) publicou em seu ensaio literário de pouco mais de quarenta páginas, que apesar de pequeno volume, causou e vem causando atrasos no que se refere a mudança cultural, pois considera que os animais são objetos sem alma e sem inteligência, que foram criados por Deus para servirem aos seres humanos. Segundo Descartes, os animais foram criados por Deus para nosso uso e abuso.
Não é de se admirar que os animais sejam considerados por muitos, ainda, como seres absurdamente inferiores ou simplesmente como objetos, pois foi somente no final do séc. 18, ou seja, em 1789 as mulheres começaram a ser vistas como seres humanos, mas ainda assim, eram considerados seres inferiores ou mesmo objetos. Somente na década de 60 as mulheres começaram a aparecer nos meios sociais e esportivos, podendo participar das Olimpíadas, por exemplo. Se até recentemente as mulheres ainda eram consideradas inferiores aos homens (até os anos sessenta as mulheres somente poderiam fazer trabalhos domésticos sem serem objetos de curiosidade e elas poderiam ser mortas pelo marido, sem penalidades a ele, em caso de adultério flagrante), imagine o que se pensava dos animais antes e ainda hoje por pessoas mais antigas, que concordavam que as mulheres e os negros são inferiores?

Amor descartável... amor???????????

Exploração de animais domésticos

Postado por: Marcel Benedeti em: Leis e Animais

Quanto aos animais domésticos existe uma predisposição de muitas pessoas, inclusive, Levai, de sugerir que não mais se vendam animais, mas que sejam doados, como acontece em muitos estados nos EUA, onde o comércio é proibido em diversos Estados.
Quando se compra, há uma relação comercial e não afetiva e por isso os animais não são vistos como seres, mas como objetos.
Quando são vistos como objetos, os animais não estão ligados aos seus donos, que eu prefiro chamar de Tutor, afetivamente. Neste caso comercial, não existe realmente um tutorado, pois a pessoa é realmente dona do objeto, que ela adquiriu. Por isso quando perder o interesse acaba por cometer um crime, passível de punições legais, que é o abandono.
Abandono é crime! Mas quem toma as providencias atualmente nestes casos? Ninguém, exceto pessoas mais esclarecidas e conscientes (conhecidos popularmente como protetores, que eu preferia chamar de conscientizadores) que se articulam na tentativa de minimizar os traumas emocionais no animal.
No caso de animais explorados pela indústria de alimentos, o Estado fecha os olhos aos maus-tratos em nome de um bem-estar social humano (relacionado à fome), mas também não tenta abrir os olhos para esta industria milionária. O Estado compactua com todo tipo de atrocidades em nome da produção e do lucro aos cofres públicos e privados. Eu tenho até receio de tocar neste assunto, pois os donos desta indústria não são de brincar.
(Um aparte) Eu conheci uma pessoa, que tinha um amigo, que tinha um outro amigo, que tinha açougue. Em uma certa época as coisas começaram a ir mal em seu comércio e o “esperto” comprou uma grande quantidade de carne de um “fornecedor” sem poder pagar. Ele não pegou a mercadoria, vendeu tudo, guardou o dinheiro e fechou as portas do açougue e desapareceu com o dinheiro do todo. O homem desapareceu! Depois de alguns meses começaram a dar noticias dele. Ele estava escondido dos credores, no Mato-Grosso do Sul. Logo veio outra notícia: Foi morto com crueldade. Pode ter sido somente um assalto, mas tenho minhas dúvidas.
Mas, voltemos ao assunto.
Os animais, neste setor industrial, são considerados objetos, mesmo! Sendo objetos, quem se importa se sofrem ou não? Objeto não sente dor! São descartáveis. Aliás, a palavra descartável vem de Descartes (René Descartes, que considerava o materialismo como regra de vida).

Fatos e Mitos

Equilíbrio e Desequilíbrio

Maria Vitória Ferrari Tomé

De modo geral, associa-se o termo "equilíbrio" a condições favoráveis, e, consequentemente, desequilíbrio, a condições desfavoráveis. Porém, quando se trata das leis naturais, não existe esse dualismo – certo/errado, bom/mau. A lei que governa a natureza é a lei da ação e reação. Em condições naturais os ecossistemas se mantêm dinamicamente equilibrados. Esse equilíbrio pode ser entendido como um conjunto de interações que buscam o estado menos energético. O equilíbrio nos ecossistemas é dinâmico, compensando entradas e saídas de materiais e energia. Quando há qualquer interferência externa, como a ação humana, pode-se aumentar a quantidade de matéria e energia nesse ecossistema, criando-se uma situação momentânea de desequilíbrio até que a matéria seja processada e a energia consumida. Pode-se citar o caso do lançamento de vinhaça aos rios: desequilibra-se o sistema, aumentando-se momentaneamente a quantidade de matéria orgânica na água, consequentemente aumentam as populações de bactérias, que por sua vez, consomem o oxigênio dissolvido na água, causando a morte de peixes. Depois de consumida e decomposta essa matéria orgânica, diminuem as populações de bactérias, é incorporado oxigênio à água por movimentação e atividade fotossintética, cessa a mortalidade de peixes. Cessou o desequilíbrio, alcançando-se um novo estado de equilíbrio, com diminuição das populações de peixes. Se houver novo lançamento de vinhaça, ocorrerá todo o processo novamente. O desequilíbrio pode ser causado também pela diminuição da quantidade de matéria e energia do sistema, com uma queimada, por exemplo. Nesse caso, enquanto houver combustível e condições atmosféricas favoráveis haverá combustão. Cessado o fogo, terá sido alcançado um novo estado de equilíbrio, com os sobreviventes. Se houver sementes e outros propágulos suficientes as espécies irão se regenerar, gerando um novo estado de equilíbrio. Se houver reincidência do fogo, o processo tornará a ocorrer. As perturbações constantes poderão levar à extinção de algumas ou todas as espécies, porém sempre serão alcançados novos níveis de equilíbrio. Essas perturbações introduzidas no ambiente pelo aumento ou diminuição da quantidade de matéria e energia podem provocar desequilíbrio momentâneo, e esse estado de desequilíbrio poderá durar tanto tempo quanto durar a interferência. O que o bicho homem precisa reconhecer é que, em conseqüência, os novos níveis de equilíbrio alcançados, podem ser desfavoráveis ao nosso bem estar e até à nossa sobrevivência. Considerando-se por exemplo, os efeitos de uma catástrofe nuclear, o equilíbrio alcançado deverá excluir a maioria das espécies, inclusive a nossa. É preciso perceber que não somos necessários para o "equilíbrio ambiental" e que ele ocorrerá independente de nossas ações. É importante refletir, no entanto, que nós somos a única espécie que pode alterar drasticamente as condições ambientais, e, se pretendemos viver em harmonia com outras espécies, nesse planeta, é necessário começar a planejar nossa ações, tendo em vista que a lei da ação e reação, que governa o universo.

CHEGA!!!!!!!!!!!... de exploração... ANIMAIS!!!!!!!!!!!

educando sobre a abolição da exploração animal]

Terça, 2007-10-16 21:32 — Salome
-------- Original Message --------Subject: educando sobre a abolição da exploração animalDate: Tue, 16 Oct 2007 18:33:33 +0000From: rheda@att.net (Regina Rheda)

*Caros colegas falantes de língua portuguesa e defensores dos animais: *O website http://www.abolitionistapproach.com/video/
traz*

4 apresentações educativas sobre os direitos animais*, conforme a*abordagem abolicionista*. São apresentações sintéticas, simples econtundentes, escritas pelo *professor Gary L. Francione* e traduzidaspara 4 línguas, entre as quais o *português do Brasil:* /1. Teoria dos direitos animais / 2. Animais como propriedade / 3. Direitos animais vs.bem-estar animal / 4. Direito Animal.

/Confiram! E por favor *espalhem a notícia a outros lusófonos, ajudando aeducar as pessoas a abolirem a exploração animal*
.Regina Rheda - colaboradora

*/Animais não são propriedade. Seja vegano./*

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Feras, humanas?

Argentina: Os maiores carnívoros de todo o mundo Estudo afirma que consumo excessivo de carne é responsável por parte dos problemas cardiovasculares dos argentinos03.01.2009 Um relatório da Universidade de Buenos Aires (UBA) indicou que os argentinos comem carne demais. Segundo o estudo, o consumo de carne bovina neste país é 75% maior do que seria recomendável. A UBA sustenta que esse "excesso" é responsável por boa parte dos problemas cardiovasculares, principal causa de morte no país. Os argentinos são os maiores "carnívoros" humanos do planeta, pois consomem 70 quilos de carne per capita anualmente.

Animal homem

Direitos dos animais

Direito Comparado e a Tutela dos Animais

O Direito dos Animais vêm sendo reconhecido há bastante tempo, não apenas no Brasil, mas também em todo o mundo.

Grã-Bretanha
Foi na Grã-Bretanha que surgiram as primeiras leis protetivas dos animais.
- 1800: foi proposta uma lei para impedir as lutas entre touros e cães, a qual foi rejeitada;
- 1821: foi proposta uma lei para impedir os maus-tratos a cavalos, também sendo rejeitada;
- 1822: foi promulgada a primeira lei para proteção dos animais, proibindo que alguém submetesse a maus-tratos o animal que fosse propriedade de outra pessoa. No mesmo período há a fundação da primeira sociedade protetora dos animais, Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals, para fazer cumprir a lei por meio de representantes dos animais, promulgada em 1822, já que os animais não teriam como postular em juízo.

Inglaterra
- 1849: Na Inglaterra a primeira lei de proteção animal surge em 1849, regulando a proteção dos animais domésticos;
- 1854: lei protetiva dos cães;
- 1876: lei contra a vivissecção;
- 1906: proibindo-se o uso de cães e gatos para experimentos científicos;
- 1921: proibição da prática de tiro ao pombo;
- 1925: proibição do aprisionamento de aves em gaiolas com espaço insuficiente para seu desenvolvimento e sobrevivência.

República Libanesa
- 1925: promulgação de decreto que regula a proteção animal, proibindo-se a prática de maus-tratos, principalmente da caça para diversão.

Itália
- 1913:promulgação de lei que regulamenta a proteção animal, confirmando e ampliando os dispositivos no Código Penal italiano, dispondo sobre crueldade, trabalho excessivo, tortura, experimento científico, animais de carga, caça de aves migratórias e maus-tratos.

Bélgica
- 1929: é sancionada lei que dispõe sobre crueldade, maus-tratos, pássaros cantores cegos, trabalho doloroso e superior às forças, lutas de animais, vivissecção. No mesmo ano é promulgado também o artigo 557, § 6º, do Código Penal belga, dispondo sobre matar maldosamente e ferir animais; o decreto real que dispõe sobre transporte e abate de animais e o decreto real que dispõe sobre a proteção dos pássaros insetívoros;
- 1931: é sancionado o decreto real que dispõe sobre transporte de cavalo por estrada de ferro.

Luxemburgo
Em Luxemburgo a proteção ao meio ambiente e aos animais está toda presente no Código Penal, mais especificamente nos artigos 538 ao 541 e 557 ao 561, dispondo sobre envenenamento de animais e poluição de rios, abate de animais, animais que puxam carroças, crueldade, maus-tratos, luta entre animais e espetáculos cruéis.

Espanha
- 1896: promulgação da primeira lei protetiva dos animais, dispondo sobre a proteção das aves;
- 1925: é assinada a ordem real, considerando que em todo país civilizado deve-se fazer esforço para tratar bem os animais;
- 1928: ordem que dispõe sobre touradas;
- 1929: ordem que proíbe briga de galo e jogo de enterrar aves até a cabeça e a ordem que dispõe sobre crueldade, trabalhos excessivos, pássaros cegos e vivissecção;
- 1931: é promulgado um decreto criando um escritório central para proteção dos animais e plantas.

Portugal
- 1886: promulgação da primeira lei protetiva dos animais, incorporando aos artigos 478-481 do Código Penal português a proteção contra o envenenamento, abuso do animal de carga e dos maus-tratos ao animal de consumo, além de tipificar como crime matar e ferir animais;
- 1919: é assinado decreto referindo-se aos trabalhos excessivos impostos aos animais, impondo-se limites aos abusos.

Argentina
- 1891: promulgação da lei 2.786, dispondo sobre a proteção animal em todos os seus âmbitos.

Alemanha
- 1926: lei que prevê punição com pena de prisão e multa daquele que tratasse o animal com crueldade.

Áustria
- 1855: lei que previa punição àquele que maltratasse animais em público.

Hungria
- 1879: Lei Fundamental XI, § 86, pune com prisão e multa aquele que submete os animais a maus-tratos.

Suécia
Na Suécia houve uma certa demora para que leis protetivas animais surgissem; porém hoje, tem referido país uma das melhores leis concernentes ao bem-estar animal.
- 1988: foi assinado The Animal Protection Act, lei que trata do bem-estar dos animais de consumo, além dos animais de companhia, animais usados para corrida e exibição e animais para propósitos científicos. Com esse ato, aos rebanhos é concedido o direito de pastagem. Os abates devem ser humanitários.

Suíça
Na Suíça também temos uma das mais avançadas leis referentes à proteção animal.
- 1978: lei federal instituída em 1978, que trata dos experimentos científicos envolvendo animais, do sistema de estabulação, da detenção de animais selvagens, do comércio, do transporte e do abate.
-1981: também surgem disposições penais que se referem aos maus-tratos, à negligência, ao abate de forma cruel, à promoção de lutas entre animais e à realização de experimentos dolorosos, que são crimes puníveis com prisão e multa.

França
- 1791: Código Penal e em 1850, pela Lei Grammont, ambos qualificando como crime o envenenamento de animais pertencentes a terceiros e os atentados a bestas e cães de guarda em território de outrem.
Página elaborada pela colaboradora Renata de Freitas Martins

Legal, porem imoral...

No espírito da lei

Segundo a letra da lei moderna o direito do animal não é infringido, porque o animal é considerado apenas um objecto de direitos e nào um titular de direitos. Quanto ao espírito da lei (constitucional) o responsável pela bio-indústria tem um comportamento que podemos classificar como criminoso, porque no espírito da lei a liberdade para todos está constantemente presente: Liberdade e igualdade (e fraternidade). Quem se alimenta com produtos da bio-indústria pode ser comparado com quem compra artigos roubados: Sabe-se que qualquer coisa não está em ordem, mas compra-se porque é barato

Os animais como sujeitos de direito

Elaborado em 09.2005.

Edna Cardozo Dias
doutora em Direito pela UFMG, professora de Direito Ambiental, presidente da Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal

Resumo: Este artigo pretende demonstrar que os animais são sujeitos de direitos subjetivos por força das leis que os protegem. Embora não possam ter identidade civil e ser registrados em cartório, são portadores de direitos inerentes à sua natureza de ser vivo e de indivíduos de uma determinada espécie. Se observarmos que os direitos de personalidade do ser humano lhes pertencem como indivíduo, e se admitirmos que o direito à vida é imanente a tudo que vive, podemos concluir que os animais também possuem direitos de personalidade, como o direito á vida e ao não sofrimento. E tal como os juridicamente incapazes, seus direitos são garantidos por representatividade, tornando-se esses direitos deveres de todos os homens.

Abstract: This paper intends to show that the laws that protect animals also make them subjects of rights. Although they do not have ID cards and birth register, they have rights that are inherent to the nature of every alive being and also to the nature of the individuals of a specie. If we realize that human individuals have personnality rights, and if we assume that the right to live belongs in everything alive, we conclude that animals must have personality rights, such as the right to life and a the right not to suffer. Such as the juridically incapable, animal´s rights are garanteed by a representative, which turn these rights into duties of the mankind.

O animal como sujeito de direitos já é concebido por grande parte de doutrinadores jurídicos de todo o mundo. Um dos argumentos mais comuns para a defesa desta concepção é o de que, assim como as pessoas jurídicas ou morais possuem direitos de personalidade reconhecidos desde o momento em que registram seus atos constitutivos em órgão competente, e podem comparecer em Juízo para pleitear esses direitos, também os animais tornam-se sujeitos de direitos subjetivos por força das leis que os protegem. Embora não tenham capacidade de comparecer em Juízo para pleiteá-los, o Poder Público e a coletividade receberam a incumbência constitucional de sua proteção. O Ministério Público recebeu a competência legal expressa para representá-los em Juízo, quando as leis que os protegem forem violadas. Daí, pode-se concluir com clareza que os animais são sujeitos de direitos, embora esses tenham que ser pleiteados por representatividade, da mesma forma que ocorre com os seres relativamente incapazes ou os incapazes, que, entretanto, são reconhecidos como pessoas.

Já aqueles que relutam em reconhecer os animais como sujeitos de direitos têm como principal argumento a convicção de que os direitos só podem ser aplicados a pessoas. E, portanto, só as pessoas físicas ou jurídicas podem ser sujeitos de direitos.

Ora, a legislação brasileira classifica os animais silvestres como bem de uso comum do povo, ou seja, um bem difuso indivisível e indisponível; já os domésticos são considerados pelo Código Civil como semoventes passíveis de direitos reais. A natureza jurídica dos mesmos em nossa legislação constitui um grande obstáculo para um raciocínio diferente daquele que está arraigado na consciência popular, ou seja, o animal é um bem, seja da coletividade, seja propriedade particular.
Mas se aprofundarmos nossa reflexão sobre os chamados direitos de personalidade, acabaremos por constatar que nada mais são que direitos emanados da pessoa como indivíduo. Devem ser compreendidos, pois, como direitos oriundos da natureza da pessoa como um ente vivo, desde o seu nascimento. Um bebê, antes de ser registrado, já é uma pessoa, pelo menos sob o ponto de vista científico e humano. Em termos de medicina psiquiátrica, um indivíduo se torna pessoa quando adquire noção de sua individualidade. Valorando a pessoa como um ser vivo, temos que reconhecer que a vida não é atributo apenas do homem, e sim um bem genérico, inato e imanente a tudo que vive. E, sob esta ótica, a pessoa tem seus direitos imbricados em sua condição de indivíduo, e não apenas pessoa física com identidade civil. Não poderemos chegar a outra conclusão senão a de que os animais, embora não sejam pessoas humanas ou jurídicas, são indivíduos que possuem direitos inatos e aqueles que lhes são conferidos pelas leis, sendo que os primeiros encontram-se acima de qualquer condição legislativa.

Se cotejarmos os direitos de uma pessoa humana com os direitos do animal como indivíduo ou espécie, constatamos que ambos tem direito à defesa de seus direitos essenciais, tais como o direito à vida, ao livre desenvolvimento de sua espécie, da integridade de seu organismo e de seu corpo, bem como o direito ao não sofrimento. Sob o ponto de vista ético e científico, é fácil justificar a personalidade do animal. Para Peter Singer, a compreensão do princípio da igualdade aqui aplicado é tão simples que não requer mais que a compreensão do princípio da igualdade de interesses. Se quisermos comparar o valor de uma vida com outra, teremos que começar por discutir o valor da vida em geral.

Para chegarmos a esse entendimento, precisamos ultrapassar a concepção do sujeito cartesiano, filho da razão, capaz de distinguir o bem do mal. Mais do que um ser racional, o homem é um ser moral, como diz Kant. Qualquer tentativa de estabelecer uma ligação entre a razão e a ética não consegue se sustentar. A questão aqui não é saber se somos capazes de falar ou de raciocinar, de legislar e assumir deveres, mas se somos passíveis de sofrimento, se somos seres sensíveis. Nesta hipótese, a capacidade de sofrimento e de ter sentimento são as características vitais que conferem a um ser o direito à igual consideração.

O fato de o homem ser juridicamente capaz de assumir deveres em contraposição a seus direitos, e inclusive de possuir deveres em relação aos animais, não pode servir de argumento para negar que os animais possam ser sujeitos de direito. É justamente o fato dos animais serem objeto de nossos deveres que os fazem sujeitos de direito, que devem ser tutelados pelos homens.
Podemos concluir que os animais são sujeitos de direitos e que seus direitos são deveres de todos os homens.

Ajudem-me a salvar os Animais...

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS:
(proclamada em assembléia da Unesco, em Bruxelas, no dia 27 de janeiro de 1978)

ARTIGO 1:
Todos os animais nascem iguais diante da vida, e têm o mesmo direito à existência.

ARTIGO 2:
a) Cada animal tem direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais, ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais.
c) Cada animal tem direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

ARTIGO 3:
a) Nenhum animal será submetido a maus tratos e a atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, ela deve ser instantânea, sem dor ou angústia.

ARTIGO 4:
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático, e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade ainda que para fins educativos, é contrária a este direito.

ARTIGO 5:
a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viva liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a este direito.
er e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie.
b) Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito.

ARTIGO 6:
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida conforme sua longevidade natural.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

ARTIGO 7:
Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação de tempo e intensidade de trabalho, e a uma alimentação adequada e ao repouso.

ARTIGO 8:
a) A experimentação animal, que implica em sofrimento físico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) Técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

ARTIGO 9:
Nenhum animal deve ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e abatido, sem que para ele tenha ansiedade ou dor.

ARTIGO 10:
Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

ARTIGO 11:
O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida.

ARTIGO 12:
a) Cada ato que leve à morte um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do meio ambiente natural levam ao genocídio.

ARTIGO 13:
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um atentado aos direitos dos animais.

ARTIGO 14:
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas a nível de governo.
b) Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos dos homens.


LEIS

Constituição Federal de 1988
- Art. 225, 1o, VII - Incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas na forma de lei as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécie ou submetam os animais à crueldade.
Lei da Política Ambiental 6938/81
- a Lei da Política Ambiental 6938/81 com a nova redação da Lei 7804/89 definiu a fauna como Meio Ambiente
Lei 5197
- Art. 1º - caracterizou a fauna como sendo os animais que vivem naturalmente fora do cativeiro. A indicação legal para diferenciar a Fauna Selvagem da Doméstica é a vida em liberdade ou fora de cativeiro.
Decreto Lei 3688
- Art. 64 da Lei das Contravenções Penais - tipifica a cueldade contra os animais, estabelece medidas de proteção animal e prevê atentados contra animais domésticos e exóticos, que são de competência da Justiça Estadual.
DECRETO nº 24.645/34
- Art. 1º - Todos os animais existentes no país são tutelados pelo Estado.
- Art. 2º - parágrafo 3º - Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das Sociedades Protetoras dos Animais.
- Art. 16º - As autoridades federais, estaduais e municipais prestarão aos membros das Sociedades Protetoras dos Animais, a cooperação necessária para se fazer cumprir a lei.

ANIMAIS EM APARTAMENTO
- A Lei nº 4591/64 e artigo 544 do código civil - ampara qualquer animal que viva em um condomínio de apartamentos. Mesmo havendo na convenção condominial cláusula proibindo animal em apartamento, tolera-se ali a permanência deste, quando desse fato não resultar em prejuízo ao sossego, à salubridade e à segurança dos condôminos.

LEIS RECENTES
- Lei Municipal Vigente ( Município do Rio de Janeiro ) - lei nº 2284/95 - proíbe a realização de eventos ou espetáculos que promovam o sofrimento ou sacrifício de animais.
- Código de Posturas Municipal (Florianópolis)- Lei Municipal específica que trata do assunto. É obrigação de todo cidadão, dono ou não de animais, conhecer e zelar pelo cumprimento de seus artigos.
- Lei Municipal nº 1224 (Florianópolis)- - Regulamenta a guarda e restringe a circulação de cães em logradouros públicos.
- Lei em tramitação na Câmara Federal - lei nº 2155/96 - proíbe favores oficiais a Entidades que promovam ou ajudem no sofrimento ou sacrifício de animais.



SE VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE NÃO RESPEITA ANIMAIS, DENUNCIE!!!
Vá a uma Delegacia de Polícia
Procure o IBAMA (http://www.ibama.gov.br/ )
ou ligue pra a APASFA (0xx11) 6955-4352
APASFA (Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis) http://www.apasfa.org/ e o e-mail é info@apasfa.org


DOAÇÕES
Aqueles que desejarem me ajudar na campanha a favor dos direitos dos animais poderão fazê-lo depositando qualquer quantia na seguinte conta corrente do Banco da Caixa Economica Federal
Agência nº 0505
C/C 0136217-8

Direitos dos Animais, Wikipédia, a enciclopédia livre.

A defesa dos direitos animais(PB), direitos dos animais (PE) ou da libertação animal, também chamada simplesmente abolicionismo [1] constitui um movimento que luta contra qualquer uso de animais não-humanos que os transforme em propriedades de seres humanos, ou seja, meios para fins humanos. É um movimento social radical[2] [3] que não se contenta em regular o uso "humanitário" de animais[4], mas que procura incluí-los numa mesma comunidade moral [5] que os humanos, fornecendos os interesses básicos aos animais, protegendo da dor, por exemplo, e dando a mesma consideração que os interesses humanos. [6] A reivindicação é de que os animais não sejam propriedade ou "recursos naturais" nem legalmente, nem moralmente justificáveis, pelo contrário deveriam ser considerados pessoas. [7] Os defensores dos direitos animais advogam o veganismo como forma de abolir a exploração animal de forma direta no dia-a-dia.
Cursos de lei animal estão agora inclusos em 69 das 180 escolas de direito dos Estados Unidos[8], a idéia da extensão da qualidade de pessoas (ou sujeito de direito) é defendida por vários professores como Alan Dershowitz[9] e Laurence Tribe da Harvard Law School. [7] No Brasil destacam-se os promotores de justiça Laerte Levai e Heron Santana. O Projeto dos Grandes Primatas (GAP) está em campanha para a adoção da declaração dos Grandes Primatas, que deve contemplar gorilas, orangotangos, chimpanzés e bonobos numa "comunidade dos iguais", juntamente com seres humanos, estendendo para estes os três interesses básicos: direito à vida, proteção da liberdade individual e proibição da tortura. [10] Este tem sido visto pelo um crescente número de advogados pelos diretos animais como um primeiro passo para a garantia de direitos para outros animais, outros enxergam como uma forma de exclusão do. [1][11]
Com uma característica condenada como bem-estarista pelos defensores de direitos animais, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada em assembléia, pela UNESCO, em Bruxelas, no dia 27 de janeiro de 1978.

Índice

1 História do conceito
2 História do movimento moderno
3 Filosofia
3.1 Diferentes posições
3.1.1 Posição baseada em direitos
3.1.2 Tom Regan
3.1.3 Posição Utilitarista
4 Bem-estarismo
5 Leis
6 Animais utilizados em guerras
7 Associações de Direitos Animais
8 Ver também
9 Notas
10 Referências
11 Ligações externas

História do conceito

Jeremy Bentham (1748-1832) é considerado um dos escritores que ampliaram o campo para a posterior elaboração dos direitos animais
O debate sobre direitos animais no século XX pode ser traçado no passado, na história dos primeiros filósofos. [6] No século VI a.C., Pitágoras, filósofo e matemático, já falava sobre respeito animal, pois acreditava na transmigração de almas. Aristóteles, escreveu no século IV a.C., argumentando que os animais estavam distantes dos humanos na Grande Corrente do Ser ou escala natural. Alegando irracionalidade, concluía assim sendo os animais não teriam interesse próprio, existindo apenas para benefício dos Seres Humanos. [6]
No século XVII, o filósofo francês René Descartes argumenta que animais não têm almas, logo não pensam e não sentem dor, sendo assim os maus-tratos não eram errados. Contra isso, Jean-Jacques Rousseau argumenta, no prefácio do seu Discursos sobre a Desigualdade (1754), que os seres humanos são animais, embora ninguém "exima-se de intelecto e liberdade". [12] Entretanto, como animais são seres sencientes "eles deveriam também participar do direito natural e que o homem é responsável no cumprimento de alguns deveres deles, especificamente "um tem o direito de não ser desnecessariamente maltratado pelo outro." [12]
Também Voltaire respondeu a Descartes no seu Dicionário Filosófico:
Que ingenuidade, que pobreza de espírito, dizer que os animais são máquinas privadas de conhecimento e sentimento, que procedem sempre da mesma maneira, que nada aprendem, nada aperfeiçoam! Será porque falo que julgas que tenho sentimento, memória, idéias? Pois bem, calo-me. Vês-me entrar em casa aflito, procurar um papel com inquietude, abrir a escrivaninha, onde me lembra tê-lo guardado, encontrá-lo, lê-lo com alegria. Percebes que experimentei os sentimentos de aflição e prazer, que tenho memória e conhecimento.Vê com os mesmos olhos esse cão que perdeu o amo e procura-o por toda parte com ganidos dolorosos, entra em casa agitado, inquieto, desce e sobe e vai de aposento em aposento e enfim encontra no gabinete o ente amado, a quem manifesta sua alegria pela ternura dos ladridos, com saltos e carícias.Bárbaros agarram esse cão, que tão prodigiosamente vence o homem em amizade, pregam-no em cima de uma mesa e dissecam-no vivo para mostrarem-te suas veias mesentéricas. Descobres nele todos os mesmos órgãos de sentimentos de que te gabas. Responde-me maquinista, teria a natureza entrosado nesse animal todos os órgãos do sentimento sem objectivo algum? Terá nervos para ser insensível? Não inquines à natureza tão impertinente contradição.
Um contemporâneo de Rousseau, o escritor escocês John Oswald, que morreu em 1793, no livro The Cry of Nature or an Appeal to Mercy and Justice on Behalf of the Persecuted Animals, argumenta que um Ser Humano é naturalmente equipado de sentimentos de misericórdia e compaixão. "Se cada Ser Humano tivesse que testemunhar a morte do animal que ele come", ele argumenta, "a dieta vegetariana seria bem mais popular". A divisão do trabalho, no entanto, permite que o homem moderno coma carne sem passar pela experiência que Oswald chama de alerta para as sensibilidades naturais do Ser Humano, enquanto a brutalização do homem moderno faz dele um acomodado com essa falta de sensibilidade.
Mais tarde, no século XVIII, um dos fundadores do utilitarismo moderno, o filósofo britânico Jeremy Bentham, argumenta que a dor animal é tão real e moralmente relevante como a dor humana e que "talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania". [13] Bentham argumenta ainda que a capacidade de sofrer e não a capacidade de raciocínio, deve ser a medida para como nós tratamos outros seres. Se a habilidade da razão fosse critério, muitos Seres Humanos incluindo bebês e pessoas especiais, teriam também que serem tratados como coisas, escrevendo o famosos trecho: "A questão não é eles pensam ? Ou eles falam? A questão é: eles sofrem".
No século XIX, Arthur Schopenhauer argumenta que os animais têm a mesma essência que os humanos, a despeito da falta da razão. Embora considere o vegetarianismo como uma boa causa, não o considera moralmente necessário e assim posiciona-se contra a vivissecção, como uma expansão da consideração moral para os animais. Sua crítica à ética Kantiana é uma vasta e freqüente polêmica contra a exclusão dos animais em seu sistema moral, que pode ser exemplificada pela famosa frase: "Amaldiçoada toda moralidade que não veja uma unidade essencial em todos os olhos que enxergam o sol."
O conceito de direitos animais foi assunto de um influente livro em 1892, Animals' Rights: Considered in Relation to Social Progress, escrito pelo reformista britânico Henry Salt que formou a Liga Humanitária (Humanitarian League) um ano mais cedo, com o objetivo de banir a caçada como esporte.

História do movimento moderno

O movimento moderno de direitos animais pode ser traçado no início da década de 70 e é um dos poucos exemplos de movimentos sociais que foram criados por filosófos [3] e que permaneceram na dianteira do movimento. No início da década de 70 um grupo de filósofos da Univesidade de Oxford começou questionar porque o status moral dos animais não-humanos era necessariamente inferior à dos seres humanos. [3] Esse grupo incluía o psicólogo Richard D. Ryder, que cunhou o termo "especiecismo" em 1970, usado num panfleto impresso [14] para descrever os interesses dos seres na base de membros de espécies particulares.
Ryder tornou-se um contribuidor com o influente livro Animals, Men and Morals: An Inquiry into the Maltreatment of Non-humans, editado por Roslind e Stanley Godlovitch e John Harris e publicado em 1972. Foi numa resenha de seu livro para o New York Review of Books que Peter Singer, agora Professor de Bioética na University Center for Human Values na Universidade de Princeton, resolveu em 1975 lançar Libertação Animal o livro é freqüentemente citado como a "bíblia" do movimento de direitos animais, mas que na realidade não concede direitos morais, nem legais para os animais não-humanos, pois basea-se no utilitarismo .
Nas décadas de 80 e 90 o movimento se juntou numa larga variedade de grupos profissionais e acadêmicos, incluindo teólogos, juizes, físicos, psicologistas, psiquiatras, veterinários, [6] patologistas e antigos vivisseccionistas.
Livros considerados como referência são Animals, Property, and the Law (1995), Rain Without Thunder: The Ideology of the Animal Rights Movement (1996) e Introduction to Animal Rights: Your Child or the Dog (2000) de Gary Francione, The Case for Animal Rights (1983) de Tom Regan; Created from Animals: The Moral Implications of Darwinism (1990) de James Rachels, Rattling the Cage: Toward Legal Rights for Animals (2000) de Steven M. Wise e Animal Rights and Moral Philosophy (2005) de Julian H. Franklin. [6]

Filosofia

Direitos Animais é um conceito onde todos ou alguns animais são capazes de possuir a suas próprias vidas; onde eles vivem por que deveria ter, ou têm, certos direitos morais; e onde alguns direitos básicos deveriam estar contemplados em lei. A visão dos defensores dos direitos animais rejeita o conceito onde os animais são meros bens capitais ou propriedade dedicada ao benefício humano. O conceito é freqüentemente usado de forma confusa com o bem-estar animal, que é uma filosofia que acredita que a crueldade empregada em animais é um problema, mas que não dá direitos morais específicos à eles.
A filosofia dos direitos animais não sustenta necessariamente a premissa de que animais humanos e não-humanos são iguais. Por exemplo, os defensores dos direitos animais não defendem o direito de voto para galinhas. Alguns ativistas também fazem distinção entre animais sencientes e auto-conscientes e outras formas de vida, com a crença de que somente animais sencientes ou talvez somente animais que tenha um significante grau de auto-consciência deveriam ter o direito de possuir suas próprias vidas e corpos, independente da forma como são valorizados por humanos. Outros podem estender esse direito para todos os animais incluindo todos que não tenham desenvolvido sistema nervoso ou auto-consciência. Ativistas sustentam a idéia de que qualquer ser humano ou instituição que comodifica animais para alimentação, entretenimento, cosméticos, vestuário, vivissecção ou outra razão qualquer infringe contra os direitos dos animais possuírem a si mesmo e procurarem seus próprios fins.
Poucas pessoas poderiam negar que grandes primatas não-humanos são inteligentes, são cientes de sua própria condição, têm objetivos e talvez tornem-se frustrados quando têm sua liberdade podada.
Em contraste, animais como a água viva têm sistemas nervosos simples e tendem a serem mais autômatos, capazes de reflexos básicos, mas incapazes de formular qualquer fim para suas ações ou planejar o futuro. Mas a biologia da mente é uma grande caixa preta que clama consideração pela existência e ausência de mente em outros animais. O Neurocientista Sam Harris aponta:
Inevitavelmente, cientistas tratam a consciência como mero atributo de certos animais de cérebro grande. O problema, entretanto, não é sobre o cérebro, como ele sobreviveu como sistema físico, através do que é o portador peculiar, a dimensão interna de cada um de nós experiência como consciência em seu próprio caso.... A definição operacional de consciência.... é reportabilidade. Mas consciência e reportabilidade não são a mesma coisa. É uma estrela do mar consciente? Não há ciência que dê conta da consciência com reportabilidade que irá oferecer uma resposta a esta questão. Para olhar para a consciência no mundo com base em seus sinais externados é a única coisa que podemos fazer.E então, quando nos sabemos muitas coisas sobre nós mesmos [e outros animais] em termos anatômicos, psicológicos e evolucionários, nós não estamos tendo idéia do porque é "parecido com algo" para ser o que somos. O fato do universo ser iluminado onde você está, o fato de seus pensamentos, modos e sensações terem uma característica qualitativa é um absoluto mistério. [15]
O debate de direitos animais se parece muito com o debate sobre aborto, se complica pela dificuldade em estabelecer um corte claro de distinções entre a base moral e julgamentos políticos. O padrão relacional humano / não-humano é profundamente enraizado na pré-história e nas tradições.
Oponentes dos direitos animais têm tentado identificar diferenças moralmente relevantes entre humanos e animais que pudesse justificar a atribuição de direitos e interesses aos primeiros e não aos últimos. Variadas distinções entre humanos já foram propostas, incluindo a posse da alma, a habilidade de usar a linguagem, auto-consciência, um alto grau de inteligência e a habilidade de reconhecer os direitos e interesses alheios. Entretanto, tais critérios encontram dificuldades onde eles não parecem ter aplicação em todos ou somente os humanos: cada um poderia ser aplicado para alguns, mas não para todos humanos ou para todos humanos, mas também alguns animais.

Diferentes posições

Peter Singer e Tom Regan são os mais conhecidos defensores da libertação animal, no entanto eles diferem em suas posições filosóficas. Outro influente pensador é Gary L. Francione, que apresenta a visão abolicionista onde animais não-humanos deveriam ter o direito básico de não serem tratados como propriedade de humanos.

Posição baseada em direitos

O trabalho de Gary Francione (Introduction to Animal Rights, et.al.) tem a premissa básica de que os animais não-humanos são considerados propriedade e que nessa condição não podem ter garantidos seus direitos. Ele aponta que falar em igual consideração de interesses de sua propriedade contra o próprio interesse do proprietário é uma idéia absurda. Sem o direito básico de não ser propriedade de animais humanos, animais não-humanos não terão quaisquer direitos, ele diz.
Francione afirma que a senciência é o único determinante válido para o status moral, diferentemente de Regan que vê degraus qualitativos em experiências subjetivas de "sujeitos-de-uma-vida" de quem cai nesta categoria. Francione afirma que não há atualmente um movimento de direitos animais nos Estados Unidos, mas somente um movimento bem-estarista. Alinhado em sua posição filosófica e em seu trabalho legal pelos direitos animais (Animal Rights Law Project [1]) na Rutgers University, ele aponta que um esforço para aqueles que não advogam a abolição do status de propriedade dos animais é desorientado, em seus inevitáveis resultados na institucionalização da exploração animal. Em sua lógica inconsistente e falida nunca alcançarão seus objetivos melhorando as condições de tratamento (posição neo-bem-estarista), ele argumenta. Pior que isso, Francione acredita que muitos grupos estão a tornar mais eficiente e lucrativo o negócio de exploração animal. Francione sustenta que a sociedade dando o status de membros da família para cães e gatos e ao mesmo tempo matando galinhas, vacas e porcos para alimentação sofre de uma "esquizofrenia moral".
Toda a posição abolicionista acredita que o movimento de direitos animais deve se basear na educação para o veganismo, como uma forma de colocar em prática as mudanças no próprio dia-a-dia.

Tom Regan

Tom Regan (The Case for Animal Rights e Jaulas Vazias) afirma que animais não-humanos são "sujeitos-de-uma-vida", carecem de direitos como humanos. Ele afirma que os direitos morais dos humanos são baseados na possessão de certas habilidades cognitivas. Essas habilidades são compartilhadas pelo menos por alguns animais não-humanos sendo assim alguns animais deveriam ter os mesmos direitos morais que seres humanos.
Animais nessa classe tem um valor intrínseco como indivíduos, e não podem ser desrespeitados como meios para um fim. Isso é também chamado visão de "dever direto". De acordo com Regan, nós deveríamos abolir a criação de animais para comida, experimentação e caça comercial. A teoria de Regan não se estende para todos os animais sencientes, mas somente para aqueles que podem ser enquadrados como "sujeitos-de-uma-vida". Ele coloca, por exemplo, que todos os mamíferos com pelo menos um ano de idade pode ser qualificado nessa categoria.
Enquanto Singer se concentra a princípio em melhorar o tratamento dos animais e aceita que animais poderiam ser legitimamente usados para benefício (humano ou não-humano), Regan acredita que temos a obrigação moral de tratar animais como nos trataríamos pessoas e aplica a ideia estrita Kantiana que eles nunca deveriam ser sacrificados como simples meios para fins e sim, como fins para eles mesmos. É notável a idéia de que mesmo Kant não acreditava que animais eram assunto para o que ele chamava de lei moral; ele acreditava que nós temos o dever moral de mostrar compaixão, porque não podemos nos embrutecer e não pelos animais em si.

Posição Utilitarista

Embora Singer seja considerado erroneamente o fundador do movimento atual de direitos animais, sua posição frente o status moral dos animais não é baseado no conceito de direitos, mas no conceito utilitarista de igual consideração de interesses. No seu livro Libertação Animal de 1975, ele argumenta que os humanos devem ter como base de consideração moral não a inteligência (temos o caso uma criança ou uma pessoa com problemas mentais) nem na habilidade de fazer julgamentos morais (criminosos e insanos) ou em qualquer outro atributo que é inerentemente humano, mas sim na habilidade de experienciar a dor. Como animais também experienciam a dor, ele argumenta que excluir animais dessa forma de consideração é uma discriminação chamada "especismo."
Singer diz que as formas mais comuns que humanos usam animais não são justificáveis, porque os benefícios para os humanos são ignoráveis comparado à quantidade de dor animal necessária para construção desses benefícios. E também porque os mesmos benefícios poderiam ser obtidos de formas que não envolvessem o mesmo grau de sofrimento. No entando sua argumentação se aproxima do bem-estarismo clássico, chegando a defender a carne orgânica [16] e a experimentação animal [17].

Bem-estarismo

Críticos dos direitos animais argumentam que animais não tem a capacidade de entrar em contrato social, fazer escolhas morais[18] e que não podem respeitar o direito de outros ou não entendem o conceito de direitos, sendo assim não podem ser colocados como possuidores de direitos morais. O filósofo Roger Scruton argumenta que somente os seres humanos têm capacidades e que "o teorema é inescapável: apenas nós temos direitos". Críticos que defendem essa posição também levantam que não há nada inerentemente errado com o uso de animais para comida, como entretenimento e em pesquisa, embora os seres humanos não obstante tenham a obrigação de assegurar que animais não sofram desnecessariamente. [19][20] Essa posição tem sido chamada de bem-estarista e tem sido propagada por alguns das mais antigas organizações de proteção animal: por exemplo a "Sociedade Real pela Prevenção de Crueldades contra Animais", no Reino Unido. Essa argumentação é refutada pelos defensores dos Direitos Animais como uma análise especista e que na verdade só implica em um uso mais eficiente e lucrativo da exploração animal.

Leis

Autores como Gary Francione apontam que hoje não existem leis de direitos animais em nenhum lugar do mundo, pois para isso seria necessário abolir incrementalmente a condição de propriedade dos animais. O que existem são leis bem-estaristas que "protegem" os animais enquanto propriedade humana. No Brasil a disciplina jurídica da fauna, apontando-se as Ordenações Filipinas, como a primeira lei que regulamentou a matéria. Atualmente, os maus-tratos de animais são crimes previstos no artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, chamada de Lei de Crimes Ambientais. Para o infrator, a lei imputa multa ou pena de três meses a um ano de prisão. Para tanto, basta fazer uma denúncia para qualquer órgão competente: Delegacia do Meio Ambiente, Ibama, Polícia Florestal, Ministério Público, Promotoria de Justiça do Meio Ambiente ou até mesmo na Corregedoria da Polícia Civil.

Animais utilizados em guerras

Durante a Segunda Guerra, o exército britânico treinava cachorros para correrem embaixo dos tanques e deixar explosivos em território inimigo. Sem sucesso, a idéia foi abandonada depois que bombas explodiram tanques aliados.
O exército estadunidense, por sua vez, fez com que gatos fossem atirados de aviões, amarrados a bombas, para que chegassem até os navios alemães. A experiência foi suspensa porque os felinos ficavam inconscientes com a queda e não alcançavam o território visado.
No dia 1 de julho de 1946, a marinha estadunidense usou 5.664 animais para testar armas atômicas no sul do Pacífico, com o objetivo de observar o efeito da radiação na pele dos animais e desenvolver roupas de proteção. 10% dos animais morreram na hora; outros 25% morreram nos vinte dias seguintes.
Já no ano de 2003, no Golfo Pérsico, no Iraque, nove golfinhos e leões-marinhos se tornaram os primeiros mamíferos a atuar na limpeza de minas em situação de combate. Também passaram a proteger píeres, barcos e ancoradouros contra mergulhadores, nadadores e navios não autorizados.
Afegãos e palestinos utilizaram no início do século XXI camelos para atacar inimigos. Em 26 de janeiro de 2003, um burro morreu numa explosão detonada por celular, em um ponto de ônibus de Israel, onde nenhum humano foi ferido.

Associações de Direitos Animais

No Brasil, existem alguns grupos de Direitos Animais como o GAE e o Gato Negro.
Em Portugal existem os grupos Acção Animal, ANIMAL e LPDA