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segunda-feira, 28 de junho de 2010

PÁGINA UM.


Um capitalismo brutal, que se diz democracia, revela-se nos nossos dias, como sendo um dos períodos mais negros, talvez o mais trágico, da história da humanidade.




A amplitude dos seus frutos, supera os massacres das maiores guerras que assolaram a humanidade.



Milhões de seres humanos estão a desaparecer por via da destruição dos valores humanos, da super valorização do dinheiro como elemento de Poder a par da desvalorização do mesmo como elemento primordial de justiça social e de criação de sociedades avançadas feitas para pessoas.



Sociedades construídas a rigor, para “monstros” políticos, dominadores de mentalidades, senhores poderosos, intocáveis, à semelhança dos tempos mais deprimentes da história da humanidade.



Transparece para o exterior, que uma significativa porção da ciência é paga, na sua potencialidade, para provocar a destruição, os massacres e a desgraça dos habitantes da Terra.



A acumulação desenfreada de riquezas por alguns, é cada vez mais forte, e há sinais que nos levam a pensar e concluir que essa mesma riqueza, se marginaliza do bem-estar comum, provocando deliberadamente a fome e o sofrimento, tão semelhante ao que se passa nos países do terceiro mundo. Pelo que já é do nosso domínio entender, que não existe grande diferença entre os países desenvolvidos e os do terceiro mundo.



A caridade é o recurso que prolifera, sendo de todo humilhante, colocando a pessoa numa situação de vergonha, e de subjugação perante os benfeitores, quando a verdade sobre o progresso é que a riqueza desenvolvida num país deveria criar as condições ideias para cada pessoa ter a possibilidade de se desenvolver como cidadão, digno de se sentir filho do país e não enteado, ou pior ainda, rejeitado.



Fala-se muito de sucesso nos meios audiovisuais. Só é respeitado quem tem sucesso. Os outros, que não conseguem o famigerado sucesso, talvez por não conseguirem lutar num ambiente brutal de competitividade, esses são rejeitados… absolutamente… já não são gente… serão, contudo, alvo de caridade e de pena… coitados, são uns fracos, sem sucesso!



Em termos de humanismo, a humanidade bateu no fundo. Falhou com todas as letras, e ninguém se pode dar ao luxo de dizer, “Eu Sou um Vencedor”. Não pode, porque ao seu lado há gente esmagada por um sistema diabolicamente construído, em consciência, pelo tal capitalismo brutal, que se diz democracia.



A sociedade capitalista, brutalmente construída sob a bandeira de uma estranha democracia, no seu pior, encontra-se numa agonia, uma visível agonia, cuja história só terá fim com a desintegração deste mesmo sistema social terrificante, que provocou o apodrecimento e a subjugação das mentalidades, pela base. Somos responsáveis, porque nos deixámos manipular e seduzir...



Nalguns países que se consideram avançados, o desenvolvimento de barbaridades sórdidas, que sugam as classes médias até à exaustão, provocam desigualdades sociais absolutamente chocantes, face à indiferença dos poderosamente ricos e dos que ainda sonham que a riqueza lhes vai bater à porta, se se subjugarem totalmente a este sistema em ruptura, sem esperanças de conserto, à vista.



Alimentam-se conflitos absurdos de qualquer ordem, étnicos, religiosos, linguísticos, etc, só para se perder o senso da solidariedade, do humanismo e da criatividade. Competir e avançar, é o que importa para este sistema brutal, qual blindado esmagando tudo à passagem.



A solidariedade de classes já não existe, ao que parece, pois a miséria, a opressão, o terror da promiscuidade, da mentira e da corrupção desenfreada, tomam lugar perante os novos exploradores cruéis, insensíveis, que dominam as mentalidades enfraquecidas pela miséria e pela perda total de valores.



A crueldade do sistema é tal que desenvolvem esquemas sofisticados para provocar a histeria colectiva, à semelhança dos regimes ditatoriais, a histeria da bola, da religião e da proliferação do sexo comercial e degradante.



A vida social no seu conjunto, parece estar completamente desarranjada, afundando-se no absurdo da mentira, na lama da promiscuidade e no desespero da pobreza alimentada por quem não abdica dos seus privilégios a favor de uma sociedade mais humana e mais feliz. Em todos os continentes, as sociedades humanas, de forma ascendente, respiram esta barbárie em toda a extensão da sua pele.



A fome de toda a natureza não atinge somente os países do terceiro mundo, mas já está a atingir os países que se dizem, estranhamente, desenvolvidos… verificando-se já uma nefasta destruição provocada pela mão do homem, tão mais intensa e degradante do que a provocada pelas intempéries e desastres naturais.



O efeito de estufa e a degradação do meio ambiente, também provocados pela mão do homem, põe em risco a sobrevivência da espécie humana, mas ainda assim, os males sociais, estão a ter um poder destrutivo muito mais alucinante, parecendo até irreversível a degradação da condição humana.



A criminalidade e a violência urbana não cessam de crescer por toda a parte. As drogas tem efeitos e prejuízos assustadores, particularmente entre as gerações mais novas, provocando o desespero e o isolamento, parecendo-nos aos olhos, que tudo isto serve altos interesses. Os interesses dos mesmos que apostam em destruir a humanidade e a imporem-se como donos e senhores de um mundo que intencionam seja só deles e dos seus amigos rastejantes, que também eles são elementos conscientes da sua acção destrutiva, contra os direitos da humanidade.



Se é certo que a sociedade está chegando a um tal grau de podridão, ao ponto de dificilmente se confiar em alguém, o desespero surge como sentimento dominante, e a certeza que sobrevém é que o capitalismo de cariz desumano e brutal, que se diz democracia, hoje mais do que nunca, não oferece nenhuma perspectiva de futuro, como alternativa à sociedade em que vivemos.



Desespero que continuará a desenvolver-se enquanto não despertarmos para uma nova perspectiva de conjunto e de unidade.



Se permitirmos, pela ignorância, que tudo continue na mesma, o capitalismo brutal e degradante que se diz democracia, dominará a sociedade, deixando sobreviver alguns, os mais submissos e, mesmo que não se verifique uma outra guerra mundial, a humanidade se auto-destruirá pelas guerras da sobrevivência, por epidemias resultantes da degradação da vida e da mentalidade, pela fome, incluindo a fome de amor, pois quem não se deu conta que até o amor se adulterou? Encontros de ocasião, exploração de corpos e de vontades violentadas pelo poder maquiavélico da indústria do sexo e pela sedução envenenada que viola o mais belo desejo da humanidade, AMAR e SER AMADA.