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domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Era de Aquario

A Ressonância Schumann

Não apenas as pessoas mais idosas , mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal.

Esse sentimento é ilusório ou tem base real? Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação. O físico alemão, W.O.Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida.

Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.
Empiricamente, fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural.Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam o equilíbrio e a saúde.
Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir de anos 1980, e de forma mais acentuada a partir de 1990, a freqüência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo.

O coração da Terra disparou!. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros.Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.



Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançosos, como a irrupção da quarta dimensão pela qual, todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra. Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes estudiosos do cosmos e biólogos, de que a Terra é efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais.

Nós seres humanos, somos como a Terra que sente, pensa, ama e venera. Por que somos isso? Porque possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondasressonantes Schumann.
Se quisermos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz.(JB)


Leonardo Boff.

Nova Era

A Era de Aquário não é, portanto, uma Era que automaticamente vai nos conduzir a fraternidade, a um entendimento extraordinário de quem somos e do que o mundo é, a uma nova forma de organização, a uma descoberta sem precedentes de nosso poder mental e a um uso adequado dele. E por que não? Porque Aquário não é um signo melhor do que Peixes, assim como Peixes não é melhor do que Áries, assim como nenhum signo é melhor do que outro. Em cada Era, nós temos escolhas a fazer. A tecnologia, principal promessa da Era de Aquário, tanto pode nos levar a uma separação do nosso lado instintivo, tornando tudo excessivamente lógico e frio, como pode ser tão aperfeiçoada que nos leve a sanar os problemas que até agora criamos com o uso dela. A penetrante mente aquariana tanto pode nos levar a finalmente rompermos com antigos comportamentos danosos quanto nos trazer agitação, alienação e rebelião, sintomas já presentes atualmente. A Era de Aquário será, sem dúvida, caracterizada por uma grande mudança em relação às outras Eras, porque isto faz parte do símbolo de Aquário. Mas isto nos levará a um mundo realmente melhor? Afinal, quem tem razão: os intelectuais que prevêem um mundo frio, excessivamente racional e controlado, ou os místicos que falam em uma era de amor?

O potencial da Era de Aquário seria para que nos víssemos como uma só raça (já que até agora nosso passatempo foi nos aniquilarmos mutuamente), e, a partir disso, nos uníssemos, sendo capazes, por esta razão, de avanços inimagináveis, e de criarmos um novo sistema de vida, que rompesse integralmente com o que de negativo vivemos até aqui. Uma Era de Aquário realmente avançada também não descartaria que viéssemos a realizar um intercâmbio com outros habitantes de outros planetas, seja através do desenvolvimento de tecnologias revolucionárias, seja porque finalmente estaríamos prontos para isto. Uma Era de Aquário ‘bem feita’ teria de ter presente os atributos positivos de Leão, como a valorização do indivíduo e da criatividade, do coração e do calor, para que a sociedade não se tornasse por demais fria, mecânica e lógica. O bem estar do indivíduo (Leão) teria de ser levado em consideração tanto quanto o bem estar do grupo (Aquário), pois um não pode predominar sobre o outro sem que isto gere desequilíbrios. Só que a Era de Aquário não vai trazer tudo isto ‘de bandeja’. Nós teremos de conquistar esta ‘promessa’ positiva que está embutida nela. Estaremos sendo chamados a escolher tanto quanto fomos em outras Eras. Por exemplo, a Era de Peixes poderia ter sido muito especial em termos de compaixão, abrandamento de nossas características mais destrutivas e agressivas, e não o foi. Ao invés disso, apareceu o lado negativo de Peixes, como a cegueira, a incompreensão e a histeria (as Santas Inquisições, por exemplo).

Você talvez se pergunte o que pode fazer, como indivíduo, para que possamos realmente começar uma nova Era, um novo tempo, transpondo para o coletivo o potencial que já existe em indivíduos mais evoluídos, mas que nunca existiu em escala maior. Simplesmente desenvolva o lado positivo de Aquário. Olhe mais para o coletivo. Interesse-se mais por ele. Não veja a sua vida como limitada apenas a sua casa e às pessoas próximas. Enquanto houver pessoas miseráveis e escravizadas no mundo mesmo o mais lindo recanto com a maior harmonia poderá ser atingido. Aquário quer dizer que todos somos um povo só. A hora em que nos virmos como o povo da Terra, que é por ela responsável, aí sim estaremos entrando em uma nova Era. Sem o desenvolvimento disso, a Era de Aquário será como todas as outras, até que resolvamos mudar. A escolha será de cada um de nós.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

2009

Era de Aquário Ano 2.001 a 4.000




ERA de grande Expansão da Comunicação.

Nesta Era temos a nosso dispor instrumentos científicos que cada vez mais incorporam no nosso dia-a-dia e na vida cotidiana de qualquer indíviduo. Os computadores, a Internet, televisão, celulares, a conquista do Espaço Sideral através de telescópios extremamente possantes e a luta, não mais individual mas coletiva, pelos Direitos Humanos reconhecidos e exigidos.

Inúmeras são as conquistas tecnológicas de vários países, ocidentais como orientais que se manifestam mas, são os Estados Unidos da América que mais se destacam entre eles, como marco do início deste terceiro milênio, pelas circunstâncias as quais levaram a humanidade a entrar nesta Nova Era, no dia 11 de setembro de 2001. Neste dia, ocorreu o mais significativo exemplo da imposição da Era de Aquário, cujo confronto se faz notar junto à religiosidade que estamos deixando da Era de Peixes.

São os Estados Unidos da América o país mais representativo em tecnologia, visto que a máquina computadorizada, que antes só havia na Nasa, passou a ser objeto pessoal de trabalho e lazer de toda pessoa, em qualquer pparte do mundo, pelo criador da Microsoft, Bill Gates, americano da cidade de Seattle.
Os inimigos declarados dos USA, o enfrentam declaradamente e estão no Oriente. Países substancialmente atrasados em tecnologia e cultura. Representam a semente do entendimento espiritual que não germinou, retrocedeu , equivocou-se. Apoiam-se em ideais falsos, pois nenhuma religião prega o suicídio. O Afeganistão, como os demais, brigam em nome da religião. Com a intervensão americana em 2002 no Afeganistão, maior ordem foi estabelecida a sociedade civil do país.

A Era de Aquário traz justamente a utilização de alta tecnologia empregada por tudo e por todos, transformando toda a humanidade numa nova Era.
A RAPIDEZ com que os acontecimentos são noticiados e divulgadas, graças a COMUNICAÇÃO DE GRANDE EXPANSÃO que nos é oferecida, através da INFORMÁTICA e da TELEVISÃO, todas características aquarianas.
Nunca o mundo foi tão próximo. Nunca se soube tanto e tão rapidamente de povos tão distantes. E a cada dia a rapidez é maior. A necessidade de se plugar o mundo se faz tão necessária quanto ser alfabetizado.
As conquistas interplanetárias, a arquitetura e engenharia aerodinâmica, a astrologia, a parapsicologia, a telepatia, a ciência cada vez mais a serviço da HUMANIDADE suplantando o esforço físico do ser humano. Tudo isso é a imposição da ERA DE AQUÁRIO.
Essa imposição que ao despontar recebe controvérsias gerais e descréditos, acaba por fim sendo aceita e se estabelece.

A Astrologia funciona através da polaridade, que é a complementação buscada no signo oposto.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Abraham Lincoln

1 - "Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento।"

2 - "Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder।"

3 - "Quase sempre, a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz।"

4 - "Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar।"

5 - "Não estarei destruindo meus inimigos quando os transformo em amigos?"

6 - "É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é tolo, do que falar e acabar com a dúvida।"

7 - "Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado."

8 - "Eu não sei quem foi meu avô; importa-me bem mais saber quem será o meu neto."

9 - "O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer."

10 - "Não poderás ajudar aos homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios."

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

GAÚchos TRAVESTIDOS

Contra o tradicionalismo de fantasia

Podemos ser gaúchos sem qualquer vínculo com o chamado "tradicionalismo".

MANIFESTO CONTRA O TRADICIONALISMO

I - Em defesa de uma cultura e de uma estética correspondentes à memória e à história do Rio Grande do Sul।

O Rio Grande do Sul é um estado da federação brasileira resultante de um longo processo histórico de conquista e ocupação, no âmbito da geopolítica colonial, na disputa territorial entre Portugal e Espanha। O território foi consolidado em suas dimensões definitivas no período imperial e teve pequenas áreas ajustadas na República Velha।

Em todo o ciclo histórico, observou-se o esforço de vidas humanas e material para a construção de um espaço luso-brasileiro nos séculos iniciais, e brasileiro, com a Independência, a partir de 1822. A população do Rio Grande concorreu para a invenção do Brasil soberano. Nesse ato, passou a ter uma identidade e a pertencer a um Estado-nação. Historicamente, a escolha rio-grandense foi pelo seu pertencimento brasileiro, rompendo com Portugal e tendo a América espanhola como sua alteridade.

Concorreram para a conquista, ocupação e formação da sociedade sulina indivíduos de diversos grupos sociais e étnicos, genericamente identificados como: portugueses, índios, negros, mamelucos, cafuzos, mestiços da terra; espanhóis, uruguaios, argentinos, paraguaios, que escolheram permanecer na terra independentemente dos tratados divisórios; imigrantes de projetos de colonização ou que se aventuraram individualmente, em especial, advindos de territórios atualmente inseridos na territorialidade da Alemanha, Itália, Polônia, Rússia, Ucrânia, Espanha, França, etc।

Ao longo do tempo, o rio-grandense se formou através da inserção em uma identidade política, na composição da brasilidade e da naturalidade regionalizada e fronteiriça. E no cotidiano, através da vivência de todas as culturas, hábitos e costumes de origem, reelaborados na dinâmica da convivência.

Nesse processo de formação, em diversos de seus setores, ocorreu um involucramento com a sociedade e a cultura platina e latino-americana।

Historicamente, o Rio Grande é multicultural e multi-étnico।

Cultural e simbolicamente é uma região de representação aberta, de recriação constante, como critério indispensável às manifestações de pertencimento, motivadas pelas transformações históricas, sociológicas e culturais, típicas de uma sociedade em movimento, de transformações estruturais e antropológicas, onde ainda se opera, por exemplo, a mestiçagem dos grupos étnicos de origem। Um estado onde as fronteiras internas são evidentes।

Portanto, só é legítima a cultura que representar esta diversidade।

Conseqüentemente, é ilegítimo todo o movimento ou iniciativa doutrinária de orientação pública ou particular que não represente a complexidade social e cultural do estado।

É alienante e escapista todo o movimento que impede e atua através de instrumentos de coerção cultural, midiático ou econômico, com o objetivo de dificultar os desenvolvimentos culturais e estéticos que tomam os indivíduos e as realidades contemporâneas como matérias de suas criações e vivências estéticas।

É repressor todo o movimento que milita através do governo, da educação, da economia e da mídia, para fechar os espaços das manifestações artísticas, das representações simbólicas e das inquietações filosóficas sobre os múltiplos aspectos do Rio Grande do Sul।

É doutrinador e usurpador do direito individual todo o movimento organizado que impõe modelos de comportamento fora de seu espaço privado, se auto-elegendo como arquétipo de uma moralidade para toda a sociedade।

Nessa direção, consideramos como legítimas as manifestações que tomam os rio-grandenses em suas complexidades históricas e culturais, dimensionados em seus tempos sociais, e que transformam, em especial, a sociedade contemporânea como expressões de suas criações estéticas, formulações teóricas e inquietações existenciais।

Somos, em razão disso, contra todas as forças que dogmatizam, embretam, engessam, imobilizam a cultura e o saber em "expressões" canonizadas em um espaço simbólico de revigoramento e opressão a partir de um "mito fundante", inventando um imaginário para atender interesses contemporâneos e questionáveis, geralmente identificados pela história como farsa e inexistência concreta। Consideramos que todo o processo de invenção e sustentação de uma visão "mitologizada" objetiva, unicamente, atender interesses atuais; é uma forma de militância que recorre à fábula, a ressignificação de rituais, hábitos e costumes, como forma de "legitimação" de causas particulares como se fossem "tradições" coletivas.

II - Em defesa de uma racionalidade sobre a história do Rio Grande do Sul, de equivalência para todos os construtores de nossa sociedade, de equiparação e direito para todas as manifestações culturais, de inclusão multicultural e respeito às heranças étnicas, sem que todas essas expressões sejam diluídas em um gauchismo pilchado de civismo ufanista, ideológico e manipulador dos mais sinceros sentimentos do povo।

Fundamentados nos princípios acima e nos demais existentes no transcurso deste manifesto, identificamos o MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO (MTG) como o principal instrumento de negação e destruição desses traços culturais e direitos fundamentais do povo rio-grandense।

Nossa posição se fundamenta nos seguintes argumentos:

1॥ Somos contra o Movimento Tradicionalista Gaúcho, especialmente porque, em sua cruzada unificadora, construiu uma idéia vitoriosa de "rio-grandense autêntico", pilchado e tradicionalista, criando uma espécie de discriminação, como se a maioria da população tivesse uma cidadania de segunda ordem, como "estrangeira" no "estado templário" produzido fantasiosamente pela ideologia tradicionalista।

2॥ Somos contra o Movimento Tradicionalista Gaúcho, por identificá-lo como um movimento ideológico-cultural, com uma visão conservadora e ilusória sobre o Rio Grande, cujo sucesso se deve, em especial, à manipulação e ressignificação de patrimônios genuínos do povo, pertencentes aos seus hábitos e costumes।

3॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele não é a Tradição, mas se arrogou de seu representante e a transformou em elemento de sua construção simbólica, distorcendo-a, manipulando-a, inserindo-a em uma rede gauchesca aculturadora, sem respeito às tradições genuinamente representativas das diversidades dos grupos sociais।

4॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele não é Folclore, mas o caducou dentro de invernadas artísticas e retirou dele seus aspectos dinâmicos e pedagógicos; o seu apresilhamento ao espírito e ao sentido do pilchamento do estado está destruindo o Folclore do Rio Grande do Sul।

5॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele é um movimento organizado na sociedade civil, de natureza privada, mas que desenvolveu uma hábil estratégia de ocupação dos órgãos do Estado, da Educação e de controle da programação da mídia, conseguindo produzir a ilusão de que o tradicionalismo é oficialmente a genuína cultura e a identidade do Rio Grande do Sul। A "representação" tomou o lugar da realidade.

6॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque, insensível à história e à constituição multicultural do Rio Grande do Sul, através de procedimentos normativos, embretou o rio-grandense em uma representação simbólica pilchada।

7॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele criou um calendário de eventos e, através de seus prepostos, aprovou leis que "reconhecem" o próprio tradicionalista como modelo gentílico, apesar de ser, em verdade, um ente contemporâneo, sem enraizamento histórico e cultural।

8॥ Somos contra o Tradicionalismo porque identificamos nele a criação de instrumentos normativos usurpadores, com a ambição de exercer um controle sobre a população, multiplicando a cultura da "patronagem", com a reprodução de milhares de caudilhetes que tiranizam os grupos sociais em seu cotidiano। Tiranetes que, com sua truculência, ditam regras "estéticas" e limitam os espaços da arte e da cultura, lançando o preconceito estigmatizador, pejorativo e excludente, sobre formas de comportamento e manifestações artísticas inovadoras ou sobre concepções do regional, diferentes da matriz "cetegista", mesmo quando essas manifestações surgem no interior do próprio Tradicionalismo.

9॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele instrumentaliza política e culturalmente uma visão unificadora, como se a origem identitária do Rio Grande estivesse no movimento da "minoria farroupilha", falseando sobre a sua natureza "republicana", elencando um panteão de "heróis" latifundiários e senhores de escravos, como se fossem entes tutelares a serem venerados pelas gerações atuais e vindouras।

10॥ Somos contra o Tradicionalismo, por ele se fazer passar por uma Tradição, desmentida pela própria história de sua origem, ao ser inventado através de uma bucólica reunião de estudantes secundaristas, em 1947, no colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre।

11॥ Somos contra o Tradicionalismo, porque ele se transformou em força institucional e "popular", em cultura oficial, através dos prepostos da Ditadura Militar no Rio Grande do Sul।

a) Na verdade, em 1964, o Tradicionalismo foi incluído no projeto cultural da Ditadura Militar, pois o "Folclore", como fenômeno que não pensa o presente, serviu de alternativa estatal à contundência do movimento nacional-popular, que colocou o povo e seus problemas reais no centro das preocupações culturais e políticas।

b) O Tradicionalismo usurpou, assim mesmo, o lugar do Folclore, e se beneficiou do decreto do general Humberto Castelo Branco, de 1965, que criou o Dia Nacional do Folclore, e suas políticas sucedâneas। A difusão de espaços tradicionalistas no Estado e as multiplicações dos galpões crioulos nos quartéis do Exército e da Brigada Militar são fenômenos dessa aliança.

c) A lei que instituiu a "Semana Farroupilha" é de dezembro de 1964, determinando que os festejos e comemorações fossem realizados através da fusão estatal e civil, pela organização de secretarias governamentais (Cultura, Desportos, Turismo, Educação, etc।) e de particulares (CTGs, mídia, comércio, etc.).

d) Durante a Ditadura Militar, o Tradicionalismo foi praticamente a única "representação" com origem na sociedade civil que fez desfiles juntamente com as forças da repressão।

e) Enquanto as demais esferas da cultura eram perseguidas, seus representantes censurados, presos, torturados e mortos, o Tradicionalismo engrossou os piquetes da ditadura - seus serviçais pilchados animaram as solenidades oficiais, chulearam pelos gabinetes e se responsabilizaram pelas churrasqueadas do poder। Esse processo de oficialização dos tradicionalistas resultou na "federalização" autoritária, com um centro dominador (ao estilo do positivismo), com a fundação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, em 1967. Autoritário, ao estilo do espírito de caserna dos donos do poder, nasceu como órgão de coordenação e representação. Enquanto o general Médici, de Bagé, era o patrão da Ditadura e responsável, juntamente com seu grupo, pelos trágicos anos de chumbo que enlutaram o Brasil na tortura, na execução, na submissão à censura, na expulsão de milhares de brasileiros para o exílio, os tradicionalistas bailavam pelos salões do poder. Paradoxalmente, enquanto muitos freqüentadores de CTGs eram perseguidos ou impedidos de transitarem suas idéias políticas no âmbito de suas entidades, o Tradicionalismo oficialista atrelou o movimento ao poder, pervertendo o sentimento de milhares de pessoas que nele ingressaram motivados por autênticos sentimentos lúdicos de pertencimento e identidade fraterna.

f) Através da relação de intimidade com a ditadura, o MTG conseguiu "criar" órgãos estatais de invenção, difusão e educação tradicionalista, ao mesmo tempo em que entregou, ou reservou diversos cargos "públicos", para seus ideólogos, sob os títulos de "folclorista", "assessor cultural", etc।

g) O auge do processo de colaboração entre a Ditadura e o MTG foi a instituição do IGTF - Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, em 1974, consagrando uma ação que vinha em operação desde 1954। A missão era aparentemente nobre: pesquisar e difundir o folclore e a tradição. Mas do papel para a realidade existe grande diferença. Havia um interesse perverso e não revelado. A constituição do quadro de pessoal, ao contrário da inclusão de antropólogos, historiadores da cultura, pessoas habilitadas para a tarefa (que deveriam ser selecionadas por concurso público), o critério preponderante para assumir os cargos era, antes de tudo, a condição de tradicionalista. Assim, um órgão de pesquisa, mantido pelo dinheiro público, transformou-se em mais uma mangueira do MTG. Com o passar dos anos, os governos que tentaram arejar o IGTF, indicando dirigentes menos dogmáticos, invariavelmente, entraram em tensão com o MTG.

h) Essa rede de usurpação do público pelo Tradicionalismo, por fim, atingiu a força de uma imanência incontrolável। Em 1985, já na redemocratização, o MTG conseguiu que a Assembléia Legislativa instituísse o Dia do Gaúcho, adotando como tipo ideal o "modelo" tradicionalista.

i) Em 1988, com uma manipulação jamais vista na vida republicana, o MTG se mobilizou pela aprovação da lei estadual que estabeleceu a "obrigatoriedade do Ensino de Folclore"; na regulamentação, a lei determinou que o IGTF exercesse a função de "suporte técnico", sem capacitá-lo pedagogicamente। De fato, passou a ocorrer uma relação direta entre as escolas e os CTGs. Dessa maneira, o Tradicionalismo entrou no sistema educacional, transgredindo a natureza da escola republicana como lugar de estudo e saber, e não de culto e reprodução de manuais. Hoje, os alunos são adestrados pela pedagogia de aculturação e cultuação tradicionalista.

j) Por fim, em 1989, a roupa tradicionalista recebeu o nome de "pilcha gaúcha", e foi convertida em traje oficial do RS, conforme determinação do MTG।

12॥ O grande poncho do MTG, por derradeiro, foi tecido pela oficialização dos símbolos rio-grandenses, emanados diretamente do simulacro da "república" dos farroupilhas।III - Em defesa de uma cultura que respeite os tempos de registro histórico-cultural e de representação contemporânea e sua densidade histórica.

13॥ Somos contra o MTG, porque consideramos indispensável para a cultura regional distinguir os fenômenos da história dos da memória, identificar os eventos em seus tempos históricos e desenvolver um conhecimento em que os tempos históricos não sejam diluídos nas celebrações contemporâneas e seus interesses ideológicos, culturais e econômicos। A "institucionalização" de uma cultura cívica e de lazer tradicionalista como "legitimidade", reforçada e inserida na indústria cultural pilchada, impõe uma visão da sociedade e do passado, segundo a ótica dos interesses dos indivíduos que operam socialmente na atualidade. Através dessa falsa "historicidade", eles se legitimam como "autênticos" e podem especular com este inventivo "selo de qualidade".

14॥ Somos contra o MTG, porque a sua atividade de militância "aculturadora", ressignificando símbolos, ícones, eventos históricos, em um espaço praticado e imaginado como o ethos de uma estância atemporal, empobrece culturalmente o Rio Grande do Sul e, de fato, relega etnias e grupos sociais, historicamente importantes, à massa dos "sem-simbologia"।

15 Somos contra o MTG, porque o seu controle e patrulhamento vigora sobre a sociedade como um espectro opressivo, em muitos casos como uma maldição, como uma ameaça punitiva, desclassificativa daqueles que não ideologizam as pilchas ou não se enquadram nos modelos "humanos", geralmente caricaturais, decretados pelo MTG।

16॥ Somos contra o MTG, porque aqueles que se libertam de sua doutrina, depois do longo processo de adestramento, geralmente iniciado na infância, enfrentam traumas de identidade, especialmente ao descobrirem suas "versões manipulatórias" da história, como a de que o povo do Rio Grande do Sul se levantou contra o Império, ou que os farroupilhas eram republicanos।

17॥ Somos contra o MTG, porque ele pratica a demência cronológica e estatística, impondo a deturpação de que o povo se levantou contra o Império e os imigrantes e seus descendentes também cultuaram a Revolução Farroupilha, quando, quase em sua totalidade, sequer estavam no RS entre 1835 e 1845। Se um dia aportaram no Brasil, isso se deve ao projeto de colonização do Império. Os projetos de colonização fundamentais, que contribuíram para a formação do Rio Grande do Sul contemporâneo, não pertenceram aos farroupilhas.

18॥ Somos contra o MTG, porque ele ajudou a instituir e alimenta em seu calendário de celebrações, nas escolas, na mídia, um panteão de "heróis", na sua maioria senhores de escravos।

19॥ Somos contra o MTG, porque ele é uma força militante ideológica e cultural que trabalha contra a criação de uma mentalidade ilustrada; a transposição para o presente de personagens do antigo regime, como "lumes tutelares" a serem adorados, impediu que se fizesse, nesse particular, um movimento cultural com a densidade dos princípios consagrados pela Revolução Burguesa।

20॥ Somos contra o MTG, por ele ter transformado a população em adoradora de senhores de escravos (no geral, sem saberem)।

21॥ Somos contra o MTG, especialmente, porque defendemos o RS da inclusão, da convivência multicultural, de todas as indumentárias, de todos os ritmos, de todas as danças, de todas as emoções, de todos os trabalhos e ofícios, de poéticas de múltiplos espaços, e não da territorialidade simbólica exclusiva do pampa।

22॥ Somos contra o MTG, porque desejamos construir espaços poéticos que representem também a complexidade de nosso tempo।

23॥ Somos contra o MTG, porque, em defesa dos postulados da liberdade de criação e de comportamento, do saber sobre o culto inócuo e ideologicamente manipulador, o identificamos como o instrumento preponderante de negação dos direitos elementares da liberdade, da igualdade e da fraternidade।

24॥ Somos contra o MTG, por se tratar de um movimento de interesse hegemonizador sobre a sociedade sul-rio-grandense, de caráter privado, que transgride a sua esfera particular, para operar um autoritarismo de conversão dogmática da população a um estilo gauchesco, inventado e normatizado por seus membros, como expressão estilística de um pretenso gentílico de conteúdo e forma cívico-ufanista।

25॥ Somos contra o MTG, porque, ao se transformar arbitrária e oficialmente em uma imagem gentílica, se converteu em um movimento de intolerância cultural no Rio Grande do Sul e em outras regiões do Brasil e do mundo, através de instalações de CTGs que não respeitam as culturas locais, que invadem como intrusos localidades de tradições milenares, usurpando seus espaços, destruindo sua poética popular e deturpando sua arquitetura। Nessa operação, o Tradicionalismo não é uma "representação" aceitável da cultura sulina, mas o instrumento de uma "aculturação", da não inserção dos grupos migrantes nas culturas locais, transformando-se, de fato, em agente de destruição.

26॥ Somos contra o MTG, porque, ao se converter em uma representação do Rio Grande do Sul e exercitar sua arrogância aculturadora em outros espaços sócio-culturais, fazendo uma escolha pela não inserção e respeito às populações do restante do Brasil e do mundo, está desencadeando movimentos de reação discriminatória contra os "gaúchos"। Devido às posturas dos tradicionalistas, tornam-se cada vez mais freqüentes campanhas populares de "Fora gaúchos" em outros estados da federação, confundindo os "tradicionalistas" com os "rio-grandenses", jogando sobre o povo do RS um estigma motivado unicamente pelo "cetegismo". Essa militância tradicionalista contribui, de fato, para a difusão da intolerância na população sulina.

27॥ Somos contra o MTG, por considerá-lo agente de um dano irreparável à maioria dos sul-rio-grandenses frente ao Brasil, pois defendemos princípios de identidades regionais harmonizados com as genuínas culturas locais das demais regiões brasileiras।

28॥ Somos contra o MTG, por ele se apresentar militantemente em outras unidades da federação, em seu extremo, como uma "etnia gaúcha", deturpando a formação multi-étnica sul-rio-grandense, e ofendendo, além de tudo, os conceitos mais elementares da Antropologia।

29॥ Somos contra o MTG devido a sua soberba de pressionar outros estados brasileiros para adotar a "pilcha gauchesca" como traje oficial, produzindo ainda maior rejeição aos sul-rio-grandenses।

30॥ Somos contra o MTG no Rio Grande do Sul e nos demais estados brasileiros pela sua articulação incessante para se transformar na cultura oficial, ou ser reconhecido como "uma representação externa", e desejar se constituir em guardião dos símbolos, dos ícones e do imaginário do povo।

31॥ Somos contra o MTG, porque, como entidade privada, ele tange, em sua arreada intolerante, grande parte das verbas públicas dos setores da cultura, da educação, do turismo, da publicidade e da Lei de Incentivo à Cultura das empresas estatais, fundações e autarquias, para o seu imenso calendário de eventos, onde, nem sempre, se distingue a cultura do turismo e do lazer।

a) Em defesa da cultura rio-grandense postulamos pela instalação de uma CPI na Assembléia Legislativa, para investigar a transferência de verbas e infra-estruturas públicas para as atividades tradicionalistas, o que caracteriza flagrantemente uma usurpação do patrimônio público।

b) Reivindicamos audiências públicas ao Conselho de Cultura, para discutir a canalização da LIC para um excessivo predomínio de projetos tradicionalistas, muitos de caráter turístico e de lazer, iludindo a natureza da Lei।

c) Alertamos e igualmente reivindicamos audiências públicas ao Conselho de Educação, para discutir a deturpação dos currículos e dos princípios de Educação Pública, em conseqüência da infestação, da usurpação e da distorção pedagógica representada pela invasão tradicionalista nas escolas, substituindo os preceitos do "saber", do "estudar", pelo "culto" e pelos "manuais" tradicionalistas। O indicativo dessa distorção e atropelo obscurantista é a transformação do próprio espaço escolar, com a criação de "piquetes" e "invernadas artísticas". Essa situação revela a falência pedagógica da escola, o abandono de sua natureza laica e republicana. Os alunos são induzidos a comportamentos e práticas dogmáticas, adestradoras, apresilhados a uma identidade questionável, originada em um mito fundante. Essa escola doutrinariamente cívica, "gentílica" e de "orgulho gaúcho" exercita a fé, a pertença alienada. Ela significa a falência da Educação. Por essa razão, reconhecemos como legítima a revolta daqueles professores que rejeitam a sua conversão em instrumentos de realização do calendário tradicionalista, como se fossem meros executores de seus manuais dentro dos educandários. Reconhecemos como legítima a resistência dos professores às pressões para serem transformados em pregadores pelas direções, pelo poder e por alguns ciclos de país e mestres, pois esse enquadramento significa a negação de suas funções constitucionais de educadores.

32॥ Somos contra o MTG, porque, entre todas as suas deturpações, a mais grave é representada pela sua própria oficialização, cujo corolário é a ambição de instituir como "legalidade" a sua versão da história, através de uma legislação introduzida progressivamente na esfera pública। Em alguns processos judiciais contra pessoas transformadas em réus, por terem feito crítica ao Tradicionalismo ou aos seus atos, os advogados do MTG argumentam com "base" em leis que os parlamentares tradicionalistas criaram, em decretos de seus executivos, em "epistolas" de seus ideólogos.

33॥ Somos contra o MTG, porque, devido à sua ação de controle cultural, uso das verbas públicas, interferência nos currículos escolares, vigilância sobre os meios de comunicação, imposição manipulatória de uma idéia de "história" que converteu em "heróis" senhores de escravos, sua hegemonia e operação militante no Estado, na sociedade civil e no senso comum, contribui para a mediocrização do Rio Grande do Sul em seus aspectos culturais, de inserção moderna e respeitosa no Brasil e na América, produzindo uma incapacidade de leitura crítica da sociedade rio-grandense e do mundo। Nas últimas décadas, os acontecimentos culturais populares importantes se constituíram na relação e na contradição com o Tradicionalismo. Na maioria dos casos tiveram que superá-lo, ou negá-lo, para sobreviverem e afirmarem os seus espaços estéticos.

34॥ Somos contra o MTG em sua usurpação do público, mas, por outro lado, ainda como manifestação de nossos princípios republicanos, defendemos o MTG quanto ao seu direito privado, ao seu exclusivo espaço cultural, à noção de que ele é apenas um segmento interpretativo da história e da cultura do Rio Grande do Sul, sem que as suas convicções singulares tenham a ambição e a ação militante ilegítima de "aculturação" das demais esferas sociais e culturais do estado, sem que se coloque no topo de uma hierarquia dominante e exclusivamente gauchesca da identidade।

35॥ Somos contra o MTG, exclusivamente, no que tange à usurpação das esferas públicas e à coerção de nossos direitos civis, culturais e estéticos।

36॥ Somos contra o MTG, porque identificamos nele a alimentação de uma sinergia cultural que atolou o Rio Grande do Sul no passadismo conservador, criando uma força de pertencimento que bloqueia o desenvolvimento de uma energia socialmente humana moderna, humanista, republicana, respeitosa com os sentimentos historicamente multiculturais da população rio-grandense।

37॥ Somos contra o MTG, porque nos sentimos reprimidos, cerceados e vitimizados, cultural e profissionalmente, por ele, identificando-o como uma força militantemente dogmática contra os nossos direitos e cidadania।

38.. Somos contra o MTG, porque defendemos o Folclore representativo da nossa multiplicidade étnica, consideramos as frações da Tradição que expressam as relações humanizadas e o espírito solidário do povo sul-rio-grandense, a Cultura Popular, os espaços efetivos para uma cultura que expresse nossa historicidade, desde o passado até a atualidade, e, principalmente, porque postulamos uma estética sem embretamentos, capaz de apreender a complexidade regional com suas particularidades e conexões universais.
Rio Grande do Sul, março de 2007।

फोंट: गए ग्रुपों पेला Aboliçãओ दो एस्पेसिस्मो - पोर्टो Alegre

Direitos Universais Humanos/Animais

Os animais.

Direitos deles e ética para com eles

Elaborado em 05.2002.
Jane Justina Maschio
pós-graduanda em Direito pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina (CESUSC)

"Chegará o dia em que o restante da criação vai adquirir aqueles direitos que nunca poderiam ter sido tirados deles senão pela mão da tirania. Os franceses já descobriram que o escuro da pele não é motivo para que um ser seja abandonado, irreparavelmente, aos caprichos de um torturador. É possível que algum dia se reconheça que o número de pernas, a vilosidade da pele ou a terminação do os sacrum são motivos igualmente insuficientes para se abandonar um ser sensível ao mesmo destino. O que mais deveria traçar a linha insuperável? A faculdade da razão, ou talvez, a capacidade de falar? Mas, para lá de toda comparação possível, um cavalo ou um cão adultos são muito mais racionais, além de bem mais sociáveis, do que um bebê de um dia, uma semana, ou até mesmo um mês. Imaginemos, porém, que as coisas não fossem assim, que importância teria o fato? A questão não é saber se são capazes de raciocinar, ou se conseguem falar, mas sim se são passíveis de sofrimento" (Jeremy Bentham).


INTRODUÇÃO

O ser humano, no transcurso de sua recente existência sobre a Terra , vem-se julgando superior às demais espécies e, graças a esse pensamento antropocêntrico, supõe governar sobre os demais seres vivos. No mundo ocidental, católico especialmente, o antropocentrismo tem como raízes as escrituras sagradas, que disseminaram a idéia de que o homem foi feito à imagem de Deus, sendo-lhe, assim, outorgado o domínio sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a Terra [03]. Em razão disso, o homem considera a si mesmo amo e senhor da vida, do bem-estar e da felicidade de todos os demais seres vivos do planeta. Mas será verdadeira essa superioridade do homem? Tem ela justificativa?

Na busca de resposta a essa indagação, deve-se levar em conta que a humanidade efetivamente adquiriu maior habilidade do que os animais para transpor alguns dos obstáculos que a natureza impõe. Desenvolveu técnicas para dominar o fogo, minimizar o frio e o calor intensos; inventou a agricultura para contornar a escassez de alimentos; dominou, em certa escala, o mundo das águas, represando-a e canalizando-a. Mas será que toda essa engenhosidade e maior habilidade para transformar o meio ambiente - se é que podem ser considerados como fatores positivos - por si só, são suficientemente aptos a comprovar, sem nenhuma refutação, que o homem é um ente superior aos demais animais, e assim sendo, é ético, moral, justo e lícito sujeitar as demais espécies vivas como bem lhe aprouver?

Esse estudo tem como prioridade justamente amalgamar argumentos capazes de, tal qual uma revolução coperniana, deslocar o homem do centro do mundo - para cuja satisfação as demais espécies vivas convergiriam – a fim de situá-lo lado a lado com os demais seres vivos, todos portadores de direitos fundamentais básicos como à vida, à alimentação, à liberdade, à perpetuação da espécie, de ver respeitadas suas características, direito à integridade física e moral, direito a um habitat sadio.

Os animais, pela simples condição de seres vivos, na sua grande maioria habitantes deste planeta milhões de anos anteriormente ao homem, detêm certos direitos que lhes são inerentes. E tais direitos naturais dos animais são uma verdade insofismável, da mesma forma que o homem, no dizer de Léon Duguit, "em sua natureza de homem, desfruta de certos direitos subjetivos, que constituem os ´direitos individuais naturais´". Respeito aos direitos naturais do homem, bem como aos dos animais e das demais espécies vivas, é a conduta ética mínima que se impõe à humanidade.

É, pois, com base na idéia de que os animais, por serem entes vivos, que têm sentimentos e sensações talvez em níveis semelhantes aos dos seres humanos, apenas com características diferenciadas, que se pretende desenvolver este estudo.

Ao pretender-se discorrer acerca de uma teoria jurídico/filosófica que consagre aos animais certos direitos, deve-se, antes de qualquer digressão, traçar diretrizes a respeito do que sejam direitos, como se os adquire, qual sua fundamentação, quais são suas fontes. Por isso, inicia-se este estudo com uma análise propedêutica do conceito de direito e as suas várias acepções: direito como norma, como faculdade, como ciência, como fato social, e, por fim, naquele âmbito que mais interessa: o direito como o justo, como algo que é devido por justiça.

Depois, ainda no primeiro capítulo, tratar-se-á dos direitos dos animais no ordenamento jurídico. Colacionar-se-ão algumas das várias legislações que regulam as relações dos humanos com os animais, dando ênfase à Constituição da República Federativa do Brasil e ao Decreto-lei nº 24.645/34, enredando-as com breves comentários.

Num segundo momento, analisar-se-á a questão da competência em relação aos direitos dos animais. Mas precisamente, investigar-se-á a quem compete a atividade legiferante, quem são os titulares da ação em defesa dos direitos dos animais e, ainda, qual é a justiça competente para julgamento de tais ações.

No terceiro capítulo, após tecer argumentos que ensejem o reconhecimento dos animais como sujeitos de direito, e não apenas objeto deste, verificar-se-á qual é o entendimento do Poder Judiciário, em suas várias instâncias, acerca dos direitos dos animais. Abordar-se-ão, aí, alguns temas polêmicos como a farra do boi, os rodeios, a vivisseção, a caça amadorista e o uso de animais como alimento, a superpopulação de animais de rua e o abandono. Colacionar-se-ão, igualmente, decisões judiciais que resguardam e garantem tais direitos.

No quarto e último capítulo, realizar-se-á uma reflexão filosófica em relação aos direitos dos animais, iniciando por delinear a origem, a fundamentação, primeiramente, dos direitos do homem. Por isso, inicia-se com uma breve digressão acerca das teorias contratualista e jusnaturalista, para, ao depois, fixar as bases éticas dos direitos dos animais. Posteriormente, tendo como suporte as idéias do filósofo australiano Peter Singer, que propugna que os seres humanos devem observar o princípio da igual consideração dos interesses em suas relações com as demais espécies, procurar-se-á sedimentar de forma definitiva que os animais têm direitos que lhes são inerentes por sua simples condição de seres vivos.

Por derradeiro com suporte na teoria ministrada de Immanuel Kant de que é a razão que comanda a boa ação moral, propor o redimensionamento do imperativo categórico desenvolvido pelo filósofo alemão, a fim de que se transforme em lei universal que contemple não apenas os seres humanos, mas todas as criaturas vivas.

Para ingles ver...

Livro defende que horror à escravatura foi o motor da investigação de Darwin

A longa viagem de Darwin para provar que os humanos são todos da mesma espécie
12.02.2009 - 07h30 Clara Barata

Foi já no fim da sua viagem marítima de cinco anos à volta do mundo, no navio da Real Marinha Britânica HMS Beagle, que Charles Darwin ouviu um grito que não deixou de ouvir toda a vida. Foi na zona de Pernambuco, no Brasil. "Ouvi os gemidos mais inspiradores de pena, e só posso suspeitar que algum pobre escravo estivesse a ser torturado", relata no seu Journal, o diário de viagem a bordo do Beagle.

Se Darwin não viu o que se passou dessa vez, tinha já visto muitos exemplos da forma como os escravos eram tratados no Brasil. "Perto do Rio de Janeiro vivi frente a uma velha senhora que tinha um instrumento para esmagar os dedos das suas escravas. E fiquei numa casa onde um jovem mulato era insultado, espancado e perseguido todos os dias e todas as horas. Era o suficiente para quebrar o espírito até do animal mais baixo", escreveu no mesmo livro. "Agradeço a Deus por nunca mais ter de visitar um país esclavagista", concluía.

Darwin, antiesclavagista? Não é essa a história que costumamos ouvir contar sobre o homem que desenvolveu a teoria da evolução das espécies através da selecção natural. Mas esse é o foco de um novo livro lançado no Reino Unido, poucos dias antes de se comemorar, hoje, o nascimento de Charles Darwin – 12 de Fevereiro de 1809, o mesmo dia em que nasceu Abraham Lincoln, o Presidente dos Estados Unidos ligado à luta pela abolição da escravatura.

Darwin's Sacred Cause – Race, Slavery and the Quest of Human Origins (em tradução literal, A Causa Sagrada de Darwin – Raça, Escravatura e a Busca das Origens Humanas) foi escrito por Adrian Desmond e James Moore, também autores de uma biografia de Charles Darwin. Desta vez analisam o meio cultural e familiar do homem que se tornou um herói da ciência.

A escola americana

Quando Darwin publicou o livro que o transformou num ícone da ciência moderna – Sobre a Origem das Espécies através da Selecção Natural (tradução literal da obra publicada em Portugal pela D. Quixote com o título A Origem das Espécies) –, propondo um mecanismo natural como o motor da evolução, em 1858, discutia-se se os seres humanos seriam apenas uma espécie única, em todo o mundo, ou se negros, asiáticos e demais tipos humanos eram espécies separadas. A visão de um mundo em que cada espécie foi criada autonomamente, no local onde se encontra hoje, estava a vingar nos Estados Unidos – e favorecia a política esclavagista, que em breve viria a desencadear a Guerra Civil Americana (1861-1865).

Se negros e brancos fossem de facto espécies separadas, e não apenas diferentes raças, poder-se-ia justificar a visão do mundo dos supremacistas brancos, como os proprietários de plantações no Sul dos Estados Unidos. O homem branco era visto como o pináculo da criação. E os negros como criaturas inferiores, naturalmente destinados a servirem o homem branco. A ciência em que se baseavam estas ideias partia de coisas como o estudo de crânios – para analisar as suas mossas, que revelariam a dimensão dos vários órgãos do cérebro, como o da justiça ou da consciência – e o tamanho dos cérebros.

Havia algumas gradações nesta escola antropológica americana.
Samuel Morton, que era apenas uma década mais velho que Darwin e tinha passado pela Universidade de Edimburgo, tal como o autor da teoria da evolução, era o expoente da abordagem positivista: não deixava que Deus entrasse nos seus estudos de crânios, cuja capacidade mediu, enchendo-os primeiro com sementes de mostarda e depois com bolinhas de chumbo. Mas introduziu uma série de desvios estatísticos que distorcia as suas obras monumentais, como Crania Americana, relatava o historiador da ciência e biólogo Stephen Jay Gould no livro A Falsa Medida do Homem (Quasi Edições).

Outros, como o suíço Louis Agassiz, radicado nos Estados Unidos e professor na Universidade de Harvard, introduziam uma dimensão mística no estudo das raças e espécies. Agassiz, que aliás muito irritava Darwin, garantem Desmond e Moore – um dos capítulos do livro chama-se Oh for shame Agassiz, pegando num comentário escrevinhado por Darwin –, acreditava que a vida na Terra tinha sido recriada muitas vezes, depois de cataclismos cíclicos. Mas não tolerava a ideia de que as espécies se fossem transformando, evoluindo e espalhando pelo mundo. "Embora tivesse havido uma sucessão de tipos 'mais elevados', dos peixes aos humanos, explicava-os como a revelação dos pensamentos de Deus – não havia ligações materiais ou evolutivas entre um fóssil e outro, relacionavam-se apenas através da Mente Divina, que criava miraculosamente cada nova espécie", escrevem Desmond e Moore.

Homens e irmãos

Darwin, entre o seu regresso da viagem do Beagle, em 1836 (tinha apenas 22 anos quando ela começou), e o casamento com a prima Emma Wedgwood, em 1839, encheu muitos caderninhos de notas sobre a sua convicção cada vez maior de que as espécies "se transmutavam" – mudavam, ao longo dos tempos, transformando-se noutras, espalhando-se pelo mundo. Em apontamentos telegráficos reflectia sobre os possíveis mecanismos para explicar que as espécies não eram fixas, imutáveis.

Esta ideia da "transmutação" das espécies já andava a germinar na cultura europeia há décadas, embora sem que ninguém tivesse proposto um mecanismo convincente. Mas não era propriamente senso comum, e Darwin manteve-se calado, reflectindo, fazendo experiências – construindo a sua reputação, e sofrendo com o fervilhar de ideias que tinha dentro de si. Porque ele, que acreditava na unidade da espécie humana, apesar de todas as suas variações, tinha uma ideia herética: acreditava na unidade de todas as espécies, que foram evoluindo e transformando-se a partir de um antepassado comum.

Esta crença na unidade da espécie humana era sustentada pela sua vivência familiar, entre as famílias Darwin e Wedgwood, que se casaram várias vezes entre si. Ambas eram activistas na luta pela abolição do comércio de escravos, primeiro, e depois pela abolição da escravatura. Os Wedgwood, fabricantes de louça, criaram um medalhão que se tornou o símbolo dessa luta – um negro de joelhos e com correntes, com a inscrição "Não serei eu um homem e vosso irmão".

Na sua viagem de cinco anos no Beagle, Darwin contactou muitas vezes com escravos, negros e mulatos. Destes últimos duvidava-se que pudessem até ter filhos, como as mulas, que resultam do cruzamento de espécies diferentes, de cavalos e burros. Mas a ele não lhe faziam confusão nenhuma. "Nunca vi ninguém tão inteligente como os negros, especialmente as crianças negras ou mulatas", escreveu depois de chegar à Praia, em Cabo Verde, a primeira paragem da viagem do Beagle, iniciada a 27 Dezembro de 1831.

E também viu muitos índios sul-americanos, representantes das tribos de aparência primitiva com que os europeus da época se confrontaram, muitas vezes em encontros inéditos – foi o momento em que os exploradores europeus começaram a chegar mesmo a todos os cantos da Terra.

Pombos e sementes

O caminho pelo qual chegou à prova de que as espécies podem de facto espalhar-se pelo mundo e mudar, ao longo dessa viagem, acabou por incluir pombos e sementes postas a marinar em água salgada.

Para estas experiências, durante a década de 1850, conseguiu mobilizar a sua enorme rede de correspondentes em todo o mundo, e também o apoio da estrutura consular e comercial do Império Britânico – aquele onde o Sol nunca se chegava a pôr, de tal forma era grande. Mandavam-lhe sementes e peles de ossos de pombo, de variedades locais, para ele estudar. E foi a irritação que as ideias de Agassiz lhe despertavam que o levou a lançar-se nesta aventura, defendem Desmond e Moore.

O que lhe interessava era mostrar que as espécies se modificam – e podem ser modificadas pela acção do homem, que pode simplesmente gostar de pombos com a cauda mais larga ou o bico mais curto, sem que crie espécies novas. E provar que as espécies animais e vegetais podiam viajar pelo mundo, adaptando-se localmente. Para tal, demonstrou que a água salgada não matava as sementes, como toda a gente admitia (sem provas experimentais), e que portanto podiam fazer longas viagens por mar e germinar numa nova terra.

Com estas experiências, Darwin demonstrou os mecanismos da transmutação das espécies – a evolução através da selecção natural. E também de um outro factor, o da selecção sexual: as fêmeas preferem certas características nos machos, que podem não ter valor evolutivo, mas são passadas à geração seguinte. O mesmo mecanismo pode explicar que existam homens negros e brancos, se cada cor preferir ter como parceiro sexual alguém com a mesma tonalidade de pele.

Da origem e dispersão das espécies Darwin colheu uma farpa que apontou ao coração do racismo, que ganhava expressão durante a década de 1850, nos Estados Unidos mas não só. Só que, em 1858, Darwin tinha pressa de publicar – por causa da carta que recebeu de Alfred Russel Wallace, um jovem naturalista que estava na Indonésia e que lhe enviou as suas reflexões sobre a origem e transformação das espécies que tanto se assemelhavam à sua própria teoria, desenvolvida ao longo de duas décadas. Por isso, acabou por deixar a evolução humana de fora de A Origem das Espécies.

Entendia-se que nessa obra ele colocava a humanidade em pé de igualdade com os outros animais. Mas Darwin sentia que precisava de mais provas, de ser verdadeiramente esmagador, para falar sobre a evolução humana, num momento em que a campanha dos que viam os negros como uma espécie separada era tão forte, e em que a ameaça de guerra nos EUA estava a agigantar-se.

Cartas e outros escritos mostram que Darwin tinha esperança que Charles Lyell, o seu mentor científico, o ajudasse, falando da evolução humana no livro que estava a preparar sobre o tema. Mas Lyell tinha dificuldade em aceitar que o homem branco fosse retirado do pináculo da evolução e até algumas simpatias pelos plantadores do Sul dos EUA (embora não propriamente pela escravatura), e não conseguia dar esse passo.

Só anos mais tarde, em 1871, já depois de ter terminado a guerra nos EUA, Darwin ganhou coragem para publicar o livro em que fala mesmo sobre a evolução humana – A Ascendência do Homem, e Selecção relativamente ao Sexo (não disponível em edição portuguesa). Nele expõe então a sua teoria da selecção sexual, para explicar as diferenças que criam as raças.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os Torturados Querem Torturar...

Os governantes de Israel usam o modelo NAZISTA. Até nunca seus facínoras governamentais nazistas!!!!!!!!!!! OS POVOS AINDA SERÃO LIVRES... ÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚ!!!!!!!!!!! e vcs serão julgados e responsabilizados pelos Direitos Humanos Internacional.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A PLATÉIA Sexta-feira, 16 de julho de 2004 GERAL


INICIATIVA/IMPRENSA

Humanidade traz mensagens para celebrar a paz

Foi lançado no mes de junho, em SantÁna do Livramento, o primeiro exemplar da revista Humanidade, orientada por Dario Correa, que realizou visita as dependencias de A Platéia na última quarta-feira, com a finalidade de entregar aos profissionais dos meios de comunicação um exemplar da publicação, em formatinho, cuja meta é, conforme Correa, colaborar para a paz mundial, estimulando reflexões através de textos escritos por santanenses.

Reflexões

A revista, de acordo com ele, tem como tema reflexões acerca das desigualdades e preconceitos existentes na sociedade. Traz como mensagem principal o fato das ciencias sociais mostrarem que pode haver um amanhá melhor e que essas mesmas ciencias sociais servirão como guia, cabendo a cada pessoa executá-las para haver uma maior integração entre as pessoas. Faz fortes críticas ao capitalismo e ao individualismo dos cidadãos que não se peocupam com os mais necessitados. Acrecenta que o Movimento Humanidade deseja colaborar para uma nova ordem social, e assim evitar o sofrimento, pois, tem como propósito orientar a todos na reorganização do mundo. A publicação é de ciculação dirigida, distribuída gratuitamente para profissionais de veículos de comunicação, autoridades e cidadãos da comunidade santanense.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Destaque Fevereiro/2009

Ricardo Paes ricpaes@gmail.com Rio de Janeiro, RJ - Brasil

"coma a metade, caminhe o dobro e sorria o triplo".

Para deixar um planeta melhor para nossos filhos,precisamos com urgência deixar filhos melhores para nosso planeta!
A educação (socioambiental) é tudo!