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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A PLATÉIA geral quinta-feira, 23 de novembro de 2000

Projeto Humanidade apela à comunidade:
"Queremos sair da marginalidade"

"Humanidade 2000" é um projeto que está sendo desenvolvido pelos presidiários Dario Alves Correa e Eri Fernando Gonçalves da Silveira, com o apoio dos outros apenados do Presídio Municipal de Sant'Ana do Livramento. O projeto tem o objetivo de reeducar os presos, na esperança de regenerá-los e colocá-los novamente no convívio em sociedade ao deixarem a prisão, a fim de dá-los uma chance com aoprtunidade dos mesmos poderem desfrutar uma vida normal, na qual possam trabalhar sem serem descriminados e, deste modo, recuperarem a dignidade perdida, o que não é tarefa facil.
Dentro do "Projeto Humanidade", que conta com o apoio da Comercial Líder e da Wolpeças, acontecerá uma campanha de arrecadação de fundos para o projeto, que será realizada com a venda de adesivos que conterão frases de consientização como estas:
"Criminalidade: se combate com educação, não repressão. Previna: Eduque!" "Viva o mais natural possível - não use drogas!" "Precizamos estabelecer um clima no qual o desarmamento e a desativação militar sejam aceitos sem controversias".
"O humano aprende muito facil e rapido. Eduque e ensine. Não castigue".
Os adesivos da campanha serão vendidos por crianças carentes no valor de R$ 1.50.
O desemprego dos dias atuais afeta milhares de brasileiros, ex-apenados ou não, os quais encontram-se desqualificados para o trabalho, alguns sem estudo, e por isso mesmo, sem chances. Outros com um grau de estudo aceitavel, mas desestruturados para começarem no mercado de trabalho ou atá pouco apresentáveis segundo os padrões exigidos pelas empresas, o que é um reflexo da miséria em que vive uma grande parte do povo brasileiro.
As dificuldades encontradas pelos ex-detentos é dobrada, e exatamente por esse motivo, pela falta de um trabalho digno, eles caem na marginalidade outra vez, pois o mundo que se apresenta para eles é um "mundo marginal", frio, faminto, egoísta e preconceituoso.
Outro ponto negativo para os ex-apenados é a falta de documentação, pois geralmente é extraviada no presídio, alem disso, os trabalhos cumpridos durante o regime aberto não lhes dão carta de recomendação ou qualquer documento que comprove seu trabalho.
Dario e Eri procuram na reeducação a esperança para retornarem a fazer parte da vida comum do dia-a-dia, pois estão cansados da criminalidade por todos os lados e insatisfeitos com esse mundo cão, cada vez mais cruel, no qual até a esperança parece um sonho distante. O que esses homens não querem é voltar ao cárcere e à criminalidade.
Além da preocupação na recuperação dos ex-apenados, o "Projeto Humanidade" preocupa-se com o estado das crianças pobres que vivem pelas ruas, sem estudo e sem perspectiva de futuro, segundo disse Eri: "Agora vemos que estamos sendo esquecidos por nossos governantes, por exemplo, as crianças de rua que representam o futuro, serão marginalizadas amanhá e não podemos exigir nada delas, nem cobrar ou acusar, pois todos seus direitos estão sendo negados hoje. Nossa grande sociedade o que poderá exigir amanha? Nada! Porque é um mundo marginal".
Acresentado o seguinte por Dario: "O país precisa cuidar para que as crianças sem familia, sem teto e sem escola não encaminhem-se para o mundo do crime e é exatamente neste ponto que procuramos a ajuda de nossos governantes", esclareceu ele.
A vida dentro de umsa prisão muitas vezes faz o preso sair revoltado, humilhado e, consequentemente, outra vez marginal...
"Em muitos anos cumprindo pena para a regeneração diante da comunidae, aprendi que dentro do presídio existe uma outra sociedade na qual se perde familia, esposa e filhos... E eu me pergunto: Porque não dar oportunidade ao preso, um trabalho ou um estudo la dentro, para deste modo, eles podem sustentar suas familias, pois do jeito que esta, o apenado sai sem nenhuma educação, pois enjaulado durante 22 horas, 2 de sol, não se aprende nada, apenas se ve perdendo a familia e tudo o que tinha... Em onze anos eu perdi a minha familia, perdi a minha vida... E hoje o que eu penso? Eu sei que a minha familia não queria isso...", declarou Eri ao tentar descrever a vida na prisão.

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