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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

São Bento

BENTO XVI: DIPLOMACIA E DIÁLOGO SÃO OS MEIOS PARA ACABAR COM OS CONFLITOS E RESTABELECER A PAZ




di De Andrade 

Cidade do Vaticano, 21 out (RV) - O recurso à diplomacia como método para acabar com as tensões em situações de conflito é um valor sempre necessário, tanto no presente quanto no passado e, certamente, também no futuro. E são muitos os exemplos ilustrativos, um dos quais aconteceu há exatamente 30 anos, quando uma disputa entre Argentina e Chile pôde contar com um mediador do porte de João Paulo II.

É o que recorda Bento XVI, na mensagem enviada aos participantes das Jornadas sobre os frutos da paz, organizadas pela Universidade Católica Argentina.

Lennox, Nueva e Picton: pela posse dessas três ilhas, situadas na região da Terra do Fogo, a Argentina e o Chile chegaram quase às vias de fato, 30 anos atrás. 

Situadas na parte sul do Canal de Beagle, que une o Oceano Atlântico ao Oceano Pacifico, esses três pedaços de terra foram o pivô de uma disputa que assumiu aspectos sempre mais dramáticos, contrapondo os dois países que compartilham cinco mil quilômetros de fronteira. 

Todavia, a possibilidade sempre mais iminente de um conflito cedeu lugar ao diálogo e, após as negociações, se chegou à assinatura de acordos de paz. E tudo isso foi possível somente graças à mediação de João Paulo II que, poucos meses depois de ter sido eleito à cátedra de Pedro, se interessou pela causa, enviando à região, como seu representante especial, o Cardeal Antonio Samoré. 

O longo confronto diplomático que se seguiu, concluiu-se em 1984, com a assinatura, no Vaticano, do Tratado de Paz e Amizade entre Chile e Argentina. 

O que aconteceu trinta anos atrás foi "um exemplo de construção da paz através do caminho sempre atual do diálogo" _ afirma Bento XVI em sua mensagem, recordando o episódio que viu como protagonistas, João Paulo II e seu secretário de Estado, o Cardeal Agostino Casarolli.

"O que foi feito então _ sublinha Bento XVI _ é útil para chamar a atenção da comunidade internacional" para o fato que, no âmbito de uma disputa, o diálogo não prejudica os direitos, mas sim amplia "o campo das possibilidades racionais para a solução de uma divergência".

"Aquela mediação pontifícia" _ acrescenta o papa _ produziu frutos de paz "até os nossos dias", demonstrando a necessidade _ então já defendida pelo Papa Wojtyla _ de "continuar a recorrer à diplomacia e a seus métodos, para garantir a paz, a segurança e o bem-estar", em vista da edificação da "civilização do amor, da qual João Paulo II foi o profeta, ainda que nem sempre escutado" _ afirma o Santo Padre.

O diálogo, portanto _ conclui o pontífice _ tem "como objetivo não a supremacia da força e do interesse, mas sim a afirmação de uma justiça equânime e solidária, fundamento seguro e estável da convivência entre os povos". (AF)

Sociedade Bárbara.

DIA INTERNACIONAL CONTRA A PENA DE MORTE






Londres, 10 out (RV) - Nesta sexta-feira, 10 de outubro, celebra-se o Dia Internacional contra a Pena de Morte.

Em vista desta celebração, a organização pró-direitos humanos Anistia Internacional (AI) divulgou ontem seu relatório sobre a pena capital no mundo. A Ásia aparece como o continente mais problemático, pois concentrou 90% das execuções realizadas em 24 países de todo o mundo em 2007. 

Segundo Anistia Internacional, 3.347 pessoas foram condenadas à morte em 51 países ano passado, e 1.252 foram executadas. A nação que mais realizou este tipo de ação foi a China, com pelo menos 470 execuções. Logo após vieram Irã (com 317), Arábia Saudita (143), Paquistão (135), Vietnã (25), Afeganistão (15) e Japão (nove).

A organização pediu que Índia, Coréia do Sul e Taiwan se somem à tendência global de estabelecer uma moratória "imediatamente" e "sirvam de exemplo" para o resto do continente. Anisitia optou por se concentrar nestes três países porque, embora eles continuem emitindo sentenças de morte, não as executam. 

Na Índia, por exemplo, foi realizada hoje uma marcha na cidade de Bangalore para pedir que a lei que prevê a pena capital seja cancelada da Constituição. Participaram da manifestação milhares de estudantes, grupos juvenis, organizações religiosas e associações não-governamentais.

Anistia Internacional, assim como a Igreja Católica, considera que a pena de morte é um castigo "cruel e desumano", que viola o direito à vida e não tem efeito dissuasivo. (BF)

Extraterrestre meu irmão

ASTRÔNOMO DO VATICANO GARANTE: CRER EM EXTRATERRESTRES NÃO OFENDE A FÉ






Cidade do Vaticano, 14 mai (RV) - Acreditar que existem alienígenas e que o universo pode ter vida inteligente fora da Terra não contradiz a fé em Deus. É o que garante o Pe. José Gabriel Funes, principal astrônomo do Vaticano.

A vastidão do universo, com suas bilhões de galáxias e trilhões de estrelas, significa que podem existir outras formas de vida fora da Terra, mesmo inteligentes, afirma o jesuíta que dirige o Observatório do Vaticano.

"Como podemos descartar a hipótese de que a vida tenha florescido em outro lugar?", questiona o Pe. Funes em uma entrevista concedida ao jornal "L'Osservatore Romano", cujo título era: "O extraterrestre é meu irmão".

"Assim como existe uma multidão de criaturas na Terra, deve haver outros seres, até mesmo inteligentes, criados por Deus. Isso não contradiz a nossa fé, porque não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus", explica.

O jesuíta argentino de 45 anos cita São Francisco ao dizer que possíveis habitantes de outros planetas devem ser considerados como nossos irmãos. "Para citar São Francisco, se consideramos as criaturas terrestres como 'irmão' e 'irmã', por que não poderemos falar também de um 'irmão extraterrestre'? "Ele também faria parte da criação."

Tocando um tema freqüentemente abordado por Bento XVI, que tem explorado a relação entre a razão e a fé, o jesuíta explica que a ciência, especialmente a astronomia, não contradiz a religião: "A Bíblia não é um livro de ciência; e procurar fatos científicos para explicar a origem do universo não colocam em dúvida o papel de Deus na criação".

Como exemplo, o padre disse acreditar que a teoria do "Big Bang" é a explicação mais razoável para a criação do universo. (CM/BF)